O jovem de 16 anos suspeito de participar da ação que acabou com a morte do médico Jaime Gold na última semana chegou nesta segunda-feira (25) por volta de 13h no fórum de Olaria, Subúrbio do Rio, para prestar depoimento informal ao Ministério Público sobre suposto envolvimento no caso. A oitiva começou com atraso de mais de uma hora. Ele nega que tenha cometido o crime e nem a mãe do menor, nem o advogado deram declarações.

A partir do depoimento, o Ministério Público decide se encaminha ou não uma representação (equivalente a uma denúncia) à Justiça. Nela, a promotora pode pedir a internação provisória por até 45 dias e o juiz decide se o suspeito responderá em liberdade.

Caso o MP opte pela representação, em até 30 dias uma audiência definitiva deve ser marcada para julgá-lo. De seis em seis meses, os jovens têm uma avaliação da pena que pode ser renovada e chegar ao total de três anos — ainda que ele complete a maioridade no internato.

O advogado Alberto de Oliveira Júnior assumiu a defesa do menor e acompanha o depoimento. Ele afirma que ainda não teve acesso ao inquérito policial e ao menino. Mas conseguiu conversar com a mãe e a irmã do menor. Inicialmente, o advogado diz que pretende provar que o menor não teve participação nesse caso.

Apesar de já ter tido 15 passagens pela polícia, o menor nunca ficou internado.

Ele foi apreendido dois dias após o crime, mas não confessou o ataque ao médico, apesar de ter admitido que praticava roubos de bicicletas na orla da Lagoa, e as revendia em comunidades de Manguinhos, no Subúrbio. No entanto, o adolescente foi reconhecido por uma testemunha, e segue sendo acompanhado pela Polícia Civil, MP e Juizado da Infância e Juventude.  A Polícia Civil tenta agora encontrar o segundo suspeito de ter participado do crime que levou à morte do médico.

Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Social, o menor apreendido já chegou a frequentar a escola e tinha boas notas mas, em 2012, discutiu com um professor e não voltou mais.  O Conselho Tutelar chegou a acionar a família dele, mas ninguém apareceu.  A mãe do adolescente estava cadastrada no programa Bolsa-Família, mas perdeu o direito ao benefício quando o filho desistiu de estudar.  Eles moram numa casa cedida por outro programa social do governo federal, o Minha casa, minha vida, em Manguinhos.