Sabe aquela vontade de comer algo bem calórico, que chega nas horas mais inesperadas do dia? Essa sensação é muito comum no inverno, estação em que a queda dos termômetros exige um maior gasto calórico do organismo para manter a temperatura corporal estável. Mas este não é o único motivo que contribui para o aumento da fome durante o período.
Segundo Suemi Marui, especialista em endocrinologia que integra o corpo clínico do Alta Excelência Diagnóstica, durante o inverno, as pessoas fazem menos atividade física, não só por causa do tempo mais frio, mas também por diminuição da luminosidade natural. Consequentemente, a equação alimentação e gasto calórico não ficam equivalentes.
Algumas pesquisas afirmam que o instinto humano é o maior influenciador desse comportamento. Um estudo feito pela Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, rastreou o quanto as pessoas comiam em cada estação do ano e com que rapidez comeram. O resultado foi que os entrevistados consumiram cerca de 200 calorias a mais por dia a partir do outono, principalmente quando os dias ficaram mais escuros. Outra pesquisa explica que, quando há menos luz solar, a produção de vitamina D fica prejudicada, e sabidamente a sua deficiência está associada a maior tristeza e mesmo depressão.
Entretanto, nem todos os especialistas concordam com essa teoria. “Alguns dizem que não é instinto, mas sim o ambiente que nos leva a comer mais. Muitos acreditam que com o frio as pessoas ficam mais caseiras, contribuindo para a diminuição do exercício físico e aumento do consumo calórico”, diz a endocrinologista.
Nesta época, as pessoas ficam propensas a comer alimentos ricos em gorduras e açúcares, o que pode acarretar no ganho de peso indesejável. “Em casos mais sérios, pode até mesmo haver um aumento do colesterol e triglicérides neste curto período”, afirma a especialista.
Independente do motivo que leva ao aumento da fome é importante manter a alimentação balanceada e evitar os excessos. “Não é preciso passar vontade de comer nada, apenas optar por porções menores e escolhas certas, além de não deixar que a preguiça se torne um empecilho na rotina de atividades físicas”, conclui Suemi.

 

 

Confira sugestões para manter a boa forma no inverno
– Tente não confundir fome com tédio. Se você está sem nada para fazer, beba um copo de água e encontre algo para se ocupar. Se você ainda tem fome depois de 20 a 30 minutos, você provavelmente está realmente com fome. Faça pequeno lanche, algo menos calórico, como uma fruta;
– Mantenha sua rotina de exercícios, nem que tenha que usar roupas extras para fazer seus treinos em ambientes abertos;
– Não se prive dos alimentos que você ama. É só encontrar uma maneira de encaixa-los em seu cálculo de calorias. Uma alternativa é consumi-los de forma compensatória, nos dias em que os exercícios físicos são feitos com maior intensidade;
– Cuide da hidratação. Muitas pessoas no frio acabam deixando de beber água. É necessário tomar uma média de dois litros por dia. Esse consumo pode variar em dias mais quentes ou mais frios e em dias com maior ou menor atividade física;
– Evite massas, que são muito calóricas, principalmente aquelas preparadas com molhos brancos e outros ingredientes com alto teor energético;
– Prefira o consumo de derivados do leite desnatado;
– Cuidado com chocolate, nozes, castanhas e avelãs. Eles são nutritivos, contêm boa gordura, mas são muito calóricos;
– Curta o inverno usando mais bebidas quentes e pouco calóricas. E lembre-se que este é um excelente momento para descobrir os diferentes sabores dos chás e cafés, por exemplo.