O fenômeno El Niño, começou a ser observado em maio, com o aquecimento anormal do oceano pacífico, entre a Austrália e a Indonésia, mas os efeitos já podem estar ocorrendo na região, com alterações na temperatura, tornando os dias mais quentes.
O maior aquecimento das águas no Pacífico Equatorial Leste, causa profundas alterações na pressão e nos ventos em escala global, interferindo no padrão de chuvas e de temperatura em diversas regiões do planeta.
As informações são do site Climatempo, onde explica também que o El Niño se caracteriza em manter temperaturas mais elevadas.
É o que pode estar ocorrendo na região, de acordo com o professor Ronaldo Cintra, da disciplina de agrotmeteorologia e irrigação, do curso de Agronomia, do campus da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Dracena.
“Pelas pesquisas, não há ainda uma definição onde o fenômeno poderá atingir, mas é constatado que interfere nas variáveis climáticas”, informa o professor.
A maior quantidade de chuvas verificadas na região, nos meses de junho, comparado aos anos anteriores, a menor incidência de frio neste inverno e as temperaturas mais altas na estação neste ano, com a máxima chegando a 34,5 graus, o que é anormal nesta época do ano e conforme o professor, já podem ser efeitos do fenômeno.
Outra alteração no tempo que também pode caracterizar influência do El Niño, na análise de Cintra, é a redução na incidência do vento neste mês de agosto.
“Normalmente, no final de julho, os ventos começam a ser mais forte e aumentam em agosto, o que não estamos observando neste ano”, constata o professor.
A quantidade de chuvas medidas pela estação climatológica da Unesp de Dracena, segundo Cintra, nos meses de junho e julho deste ano, foram 20% a 30% acima do ano passado. No entanto, ele enfatiza que essas variações de chuvas são dinâmicas e o que se observa é que o El Niño se propaga e ao mesmo tempo pode causar mais ou menos chuvas em regiões próximas.
As pastagens e plantações agrícolas também estão sujeitas aos efeitos do aquecimento que ocorre no pacífico.
O verão neste ano pode ter temperaturas mais altas em relação ao do ano passado. “Apesar de que o amento da temperatura está associado a um conjunto de outros fatores, como os desmatamentos e emissões de gases poluentes que acarretam no aquecimento global. O El Niño pode potencializar os efeitos do mau uso do meio ambiente pelo homem”, conclui Cintra.
A última ocorrência do El Niño no planeta foi registrada entre os anos de 2009-2010, com intensidade demorada e o de 2015, que está em andamento, tem intensidade forte. A duração do El Niño é de 15 a 18 meses.