Em protesto contra o aplicativo Uber, taxistas interrompem hoje (9) o tráfego em frente à Câmara Municipal de São Paulo, no centro da capital. Com carros de som e cornetas, a categoria pede que os vereadores aprovem, em segundo turno, a proibição do aplicativo. O Projeto de Lei 349 de 2014, que proíbe o uso de carros particulares para transporte remunerado, foi aprovado em primeira votação em junho. A segunda votação está marcada para a tarde de hoje.
Além de terem estacionado os carros na rua, os taxistas soltam fogos de artifício.
O vereador Adilson Amadeu (PTB), autor do projeto, diz que o Uber é ilegal. “A Lei 12.587/12, que trata da Política Nacional de Mobilidade Urbana, não prevê o transporte privado individual. Em contrapartida, reconhece a relevância do transporte público individual, definido como um serviço remunerado, aberto ao público, por intermédio de veículo de aluguel para a realização de viagens individualizadas. Uber não preenche esses requisitos”, diz texto elaborado pelo gabinete do vereador.
O tema foi discutido em uma sessão tumultuada no dia 10 de agosto na Câmara Municipal. Na ocasião, o representante do Uber, Daniel Mangabeira, defendeu o aplicativo afirmando que há legislação que permite a existêncioa do aplicativo. Para Daniel Mangabeira, o Uber é um modelo complementar, que pode coexistir com qualquer transporte público na cidade.
Com o acirramento de ânimos em torno da discussão, um motorista que trabalha pelo aplicativo chegou a ser agredido no mês passado. Segundo o boletim de ocorrência, o homem, de 22 anos, foi chamado para uma corrida no Itaim Bibi, zona oeste. Chegando ao local, ele foi cercado e teve o carro apedrejado. O rapaz foi colocado dentro de um táxi sob a mira de uma arma. Após circularem com ele por cerca de meia hora, o motorista foi deixado na Rua Funchal, 2 quilômetros do local onde foi abordado. O crime foi registrado no 14º Distrito Policial.
O Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores nas Empresas de Táxi (Simtetaxis), Antônio Matias, informou no último dia 11, por meio de nota, que os taxistas envolvidos no caso foram identificados.