O período de contratações temporárias no comércio para as vendas de final do ano, normalmente começa em outubro, mas as perspectivas para os três próximos meses não são animadoras, conforme indicam levantamentos do Sindicato dos Empregados do Comércio e de uma agência de empregos de Dracena.
Segundo o presidente do Sindicato, Sérgio Manoel, quando ainda não havia a crise econômica, o comércio começava as contratações temporárias nessa época, final de setembro e começo de outubro.
“Mas por enquanto isso não vem ocorrendo e neste ano com as altas dos impostos e energia, não há previsões, mas é algo que está acontecendo em todos os lugares e temos que ser otimistas e acreditar que irá melhorar”, afirma.
Manoel informa ainda que a situação vem acontecendo desde o final do ano passado, quando caíram as contratações extras para o Natal. “Depois entre janeiro a abril de 2014, houve muitas demissões no comércio, inclusive de funcionários ocupados há vários anos e as contratações temporárias a partir de outubro, não cobriram essas dispensas”, explica o presidente.
“Ocorre sim, rotatividade de servidores, mas não a abertura de novas vagas”, prossegue. De acordo com Manoel, o comércio de Dracena possui mais de dois mil funcionários e na área de atuação do Sindicato, que abrange de Pacaembu a Panorama, são cerca de 4 mil trabalhadores.
AGÊNCIA – O proprietário de uma agência de empregos de Dracena, Sandro Bordoni, confirma as informações do Sindicato de que as contratações temporárias normalmente começam nessa época, final de setembro e começo de outubro, mas esse ano nenhuma empresa procurou a agência para fazer a seleção de candidatos.
Nos anos anteriores, conforme Bordoni, a agência selecionava de 15 a 20 trabalhadores para o comércio no final do ano. “A situação mudou e nem vagas normais estão surgindo, ao contrário, em comparação com o mesmo período do ano passado, houve redução de 50% devagas no comércio”, explica.
A constatação da agência de mais dispensas do que contratações de mão-de-obra são verificadas pelos candidatos que procuram a agência. “Eles nos informam que deixam os currículos nas empresas, mas não são chamados, observamos que tem muita gente qualificada disponível, a maioria dispensada de seus serviços e isso acarreta em maior concorrência”, acrescenta.
Bordoni analisa que a situação vai continuar assim, em função da situação política e econômica do País. “Reflete na perda de confiança dos investidores que preferem aguardar até que a situação se normalize para não correrem riscos, mas essa espera gera recessão e tem setores da economia que não podem esperar”, conclui o proprietário que está há sete anos no ramo de agência de empregos e ressalta nunca ter passado por uma situação como a atual.
TAXA DE DESOCUPAÇÃO – De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada quarta-feira, 24, a taxa de desocupação no País em agosto, foi estimada em 7,6%. Em relação a agosto de 2014, a taxa de desempregados subiu 2,6%, passando de 5% para 7,6% neste ano.