A Samarco Mineração informou hoje (6) que o rejeito que estava depositado nas represas das barragens que se romperam em Mariana (MG) não são danosos à saúde. “O rejeito é inerte. Ele é composto, em sua maior parte, por sílica (areia) proveniente do beneficiamento do minério de ferro e não apresenta nenhum elemento químico que seja danoso à saúde”, diz a empresa em nota.
O Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Minas Gerais (Sisema) informou que as consequências para o meio ambiente serão identificadas assim que a Defesa Civil liberar o local para averiguações. “As causas e responsabilidades pelo ocorrido serão apuradas pelo governo de Minas, sendo que as medidas cabíveis vão ser tomadas”.
O diretor-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, disse, no comunicado, que assim que o rompimento das barragens foi identificado, a Samarco imediatamente acionou seu Plano Emergencial de Barragens, atuando, juntamente com a Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar e outras instituições competentes. Foram colocadas em prática todas as ações previstas nesse plano, acrescentou Vescovi, em vídeo divulgado pela empresa.
As operações da Samarco na unidade de Germano estão paralisadas. Localizadas no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, as barragens de Fundão e Santarém se romperam na tarde dessa quinta-feira (6), inundando a região com lama, rejeitos sólidos e água usados no processo de mineração.
“Estamos mobilizando todos os esforços para dar prioridade ao atendimento e à integridade das pessoas que estavam trabalhando no local ou que residem próximo das barragens. Igualmente, não estamos medindo esforços para a contenção de danos ambientais”, afirmou Vescovi.
De acordo com a nota da empresa, neste momento não há confirmação das causas e da completa extensão dos danos. “Investigações e estudos apontarão as reais causas do ocorrido”.
Licenças de operação
O comunicado diz ainda que as barragens da Samarco são compostas por quatro estruturas: barragens de Germano, Fundão, Santarém e Cava de Germano e que todas têm licenças de operação concedidas pela Superintendência Regional de Regularização Ambiental. “A última fiscalização ocorreu em julho de 2015 e indicou que as barragens encontravam-se em totais condições de segurança”.
A Samarco informou também que faz inspeções próprias, conforme a Lei Federal de Segurança de Barragens, e conta com equipe de operação em turno de 24 horas para manutenção e identificação de qualquer anormalidade.