Ambos tinham sido suspensos por 90 dias em outubro, enquanto era realizada uma investigação pelo pagamento de 2 milhões de dólares (cerca de R$ 8 milhões) pela Fifa para Platini em 2011. Eles negaram qualquer irregularidade. As proibições entraram imediatamente em vigor. Os dois ainda foram multados. Blatter deve pagar 40 mil dólares e Platini, 80 mil dólares.
“Vou lutar por mim e pela Fifa. Sinto por ter sido um saco de pancadas. Sinto muito por ver que toda a equipe da Fifa esteja passando por isso”, disse Blatter em entrevista coletiva ontem, 21.
Ele afirmou que apelar contra a punição no comitê da Fifa e na Corte Arbitral do Esporte (CAS).
“Nelson Mandela falava de humanidade. A humanidade precisa apenas que as pessoas sejam respeitadas. Digo isto porque humanidade pelo futebol era o slogan de 2010 (da Copa do Mundo) e foi criado por Mandela”.
O dirigente falou mais sobre o caso. A punição aconteceu por causa de um pagamento feito em 2011 pela Fifa para Platini, por um serviço feito pelo francês ainda em 1999, mas sem documentos formais. Blatter lembrou que a entidade mundial permite acordos verbais.
“Vocês podem achar que sou um otimista. Eu achei que tinha convencido eles. O pagamento entre o presidente da Fifa e Michel Platini foi feito fora do contrato, pois ele nunca existiu. Achei que estávamos claros. Chamamos isso de um acordo de cavalheiros”, explicou.
Blatter ainda lembrou exatamente como foi feito o acordo ainda no século passado, e como foi a negociação com Platini, então apenas um ex-jogador e membro da organização da Copa do Mundo de 1998, que foi na França.
“Aconteceu em 1998, logo após a Copa do Mundo, quando Platini chegou para mim e disse que gostaria de trabalhar na Fifa. Ele disse: “sou um homem muito caro”. Eu disse que tudo bem, mas que não poderíamos pagar naquele momento, que pagaria depois. O que me deixa transtornado é que eles (Comitê de Ética) neguem a existência deste acordo”, concluiu.
Presidente da Fifa chefe desde 1998, Blatter, de 79 anos, já havia anunciado que tinha desistido do cargo antes da eleição presidencial de fevereiro. Platini, de 60 anos, foi apontado como um futuro líder do organismo que tutela o futebol mundial e tinha a esperança de suceder Blatter.