Uma menina de um ano e seis meses, moradora de Presidente Prudente, morreu na madrugada desta quinta-feira (21), após permanecer 21 dias internada por causa de uma picada de escorpião. Ela deu entrada no Hospital Regional (HR) em “estado muito grave” e não resistiu.

Segundo o HR, a criança foi internada no dia 30 de junho. Devido ao seu estado grave de saúde, ela foi “atendida prontamente pela equipe de emergência e conduzida para a Unidade de Terapia Intensiva [UTI]”.

“Seu quadro era considerado estável pela equipe médica, mas na madrugada desta quinta-feira [21] apresentou complicações e infelizmente evoluiu para o óbito”, informou o HR.

Familiares explicaram ao G1 que a menina estava na casa de uma tia, no Parque José Rotta, quando foi picada pelo animal em uma das mãos. Após o ocorrido, o escorpião amarelo, que estava em uma parede da residência, foi recolhido e levado ao HR, junto com a criança.

Ainda conforme os familiares, Ana Júlia Araújo Ferreira ficou entubada e recentemente tinha apresentado melhoras, porém, houve complicação e não resistiu.

Segundo a coordenadora da Vigilância Epidemiológica Municipal (VEM), Vânia Maria Alves da Silva, os casos de picadas de animais peçonhentos devem ser comunicados ao órgão, porém, a respeito deste relacionado à menina, o órgão “não teve conhecimento até o momento”.

O Hospital Regional explicou que a VEM é notificada pela unidade de saúde somente após o fechamento do caso e a morte da menina deve ser avisada ao órgão municipal nesta sexta-feira (22).

Ana Júlia Araújo Ferreira foi sepultada na tarde desta quinta-feira (21), no Cemitério Municipal Campal, em Presidente Prudente.

Grupo de altíssimo risco

De acordo com a médica coordenadora do Centro de Assistência Toxicológica de Presidente Prudente, Rita de Cássia Bonfim Leitão Higa, existem grupos de risco em que são inseridas as pessoas picadas por escorpião. Estão no grupo de risco crianças e idosos. Já no de altíssimo risco estão as crianças com menos de três anos, que é o caso da menina que morreu em Presidente Prudente, de apenas um ano e seis meses.

“Das classificações existentes, esta criança está no pior grupo”, disse a médica. Ela ainda explicou ao G1 que, quando há a picada do escorpião, a pessoa sente uma “dor violenta” e o local atingido fica inchado e vermelho, mas, muitas vezes, não aparece o “furinho” do ferrão. “A criança que é picada aparece chorosa, mas não sabe muitas vezes dizer o que aconteceu e os pais não conseguem fazer o diagnóstico. Não é como uma picada de cobra, onde ficam dois furos”, destacou.

 

Rita também relatou ao G1 que outro fator que pode agravar a situação é o tipo de escorpião. “Tem o problema do bicho, da toxina do escorpião. Essa toxina é pior no escorpião amarelo, mas, como ele pode mudar de cor, nós identificamos por uma serrilha no rabo. Infelizmente, em nossa região, o escorpião que está se proliferando é o amarelo”, falou.