Ter preguiça ao levantar da cama, principalmente nos quatro meses de horário de verão, é um problema que atinge muitos brasileiros. As pessoas ficam enrolando na cama e colocando o despertador no modo “soneca” para dormir mais 5 minutinhos, até serem obrigadas a despertar.

Segundo o especialista em biologia do sono Marco Túlio de Mello e os endocrinologistas Alfredo Halpern e Bruno Halpern, adotar alguns hábitos pode ajudar a ter mais disposição para dormir e também para acordar. Uma boa forma de levantar com mais energia é abrir as cortinas ou acender as luzes, tomar um banho e fazer atividade física de manhã.

Com isso, a temperatura do corpo aumenta e a produção de melatonina, o hormônio do sono, é freada. Tanto a melatonina quanto o relógio biológico de cada um são controlados pela glândula pineal, localizada no cérebro.

De acordo com os médicos, o horário de verão altera a fabricação de melatonina no corpo. Isso acontece porque o hormônio usa como informação a luz externa e a temperatura corporal.

Conforme você passa a acordar uma hora mais cedo, o sol “nasce” uma hora mais tarde e “se põe” uma hora depois também. Isso retarda a produção de melatonina e, para ajustar essa uma hora, é preciso tempo, pois o corpo não se adapta de uma vez só. A regulação, segundo os especialistas, pode levar de três a dez dias.

 

Um estudo publicado na revista científica “The New England Journal of Medicine” apresentou os riscos do horário de verão no trânsito. Segundo um levantamento feito entre 1991 e 1992 no Canadá, o número de acidentes na semana seguinte à mudança cresceu 8%.

A conclusão da pesquisa é de que, ao perder uma hora de sono, você aumenta em 8% a chance de bater o carro nos dias subsequentes, quando seu corpo ainda está se acostumando com o novo horário.

Sono (Foto: Arte/G1)

Um grupo de pessoas sofre ainda mais com essas alterações no relógio biológico. São os chamados “noturnos”, cujo corpo é programado para acordar por volta das 10 horas da manhã e ir para a cama às 2h da madrugada. Por motivos socioeconômicos, porém, esses indivíduos são obrigados a acordar mais cedo (cerca de 7h) e, consequentemente, dormir antes (até as 23h). O resultado é uma dificuldade enorme para pegar no sono e também para levantar.

 

Esse “jet lag social” é um fator de risco para doenças como obesidade, depressão, tabagismo e alcoolismo. Isso porque, nessas pessoas, a melatonina é produzida em um ritmo diferente.

A dica dos especialistas para quem é “noturno” é acender todas as luzes ao acordar e apagá-las pouco antes de dormir, para que o núcleo do relógio biológico se sincronize com o de indivíduos “normais”.

A leptina, hormônio que regula o apetite e diminui a fome, é inseparável da melatonina. Pelo fato de ele subir à noite, impede as pessoas de acordarem durante o sono para comer – algumas, porém, têm distúrbios e acabam “assaltando” a geladeira de madrugada.

 

Segundo os médicos, pessoas obesas têm menos melatonina. Isso porque a doença desativa as vias de comunicação no cérebro, o que faz com que o hormônio do sono tenha mais barreiras para ser produzido.

Com menos melatonina no corpo, esses pacientes terão mais dificuldade para dormir e poderão sentir mais fome. O hormônio do sono também tende a diminuir com a idade, principalmente depois dos 50 anos.

Além disso, indivíduos depressivos são outro grupo que tem menos melatonina. Até hoje, os médicos não sabem se esse fato é causa ou consequência da condição psiquiátrica. A questão é que essas pessoas acabam dormindo mal e são mais irritadiças pela falta do hormônio do sono.

Venda de melatonina
Embora muita gente use melatonina para melhorar a qualidade do sono, o produto ainda tem venda proibida no Brasil. Um pedido de comercialização foi feito em 2000 e outro reencaminhado em 2003, mas as solicitações foram negadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por “inconformidades”.

De lá para cá, muitas pessoas têm trazido melatonina de países onde a venda é liberada e feita sem receita médica, como os EUA. Lá, o produto é considerado um suplemento.

Espasmos à noite
Existem vários tipos de espasmos durante o sono, como o bruxismo e a síndrome das pernas inquietas, uma deficiência de dopamina, neurotransmissor que tem função de relaxante muscular.

Há também o espasmo geral, um movimento combinado das pernas e dos braços, que é mais raro e mais grave. O problema pode estar relacionado a terror noturno ou a algum evento na fase mais profunda do sono, a REM. A disfunção dessa relação entre músculos e o cérebro pode provocar os espasmos.

Enquete
Para saber como os telespectadores e internautas do Bem Estar se adaptam ao horário de verão, nosso site perguntou quanto tempo eles levam para se acostumar à mudança. Confira as respostas:

Enquete horário de verão (Foto: Reprodução)
 

 

Joaquim Barbosa
No vídeo ao lado, entenda o problema que atinge o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa. Ele tem uma inflamação no sacro, região perto da bacia que fica nas primeiras vértebras da coluna.

Durante as sessões de julgamento do “mensalão”, Barbosa travou uma batalha contra a própria cadeira.

 

Viva mais leve
O marido de Rosineide, personagem da série que vivem em Fortaleza (CE), Francisco Roldão Gomes, tem uma longa história de paixão pela comida e acaba descontando a ansiedade na alimentação.

Essa “válvula de escape” já o prejudicou muito. Roldão tem triglicérides altos e diabetes, mas não acredita no diagnóstico e, por isso, não se cuida.

Para piorar a situação, o marido de Rosineide fuma até duas carteiras de cigarro por dia. Além disso, Roldão não pratica exercícios físicos e já deram para ele 14 anos a mais do que tem.

Agora, o cearense vai fazer exames médicos para ver como está sua saúde. O resultado vai ser divulgado em breve no Bem Estar.