Com uma linguagem descontraída e abordagem positiva, pacientes de câncer têm contado no YouTube sua jornada para superar a doença, que deve atingir quase 600 mil pessoas no Brasil em 2018, segundo estudo divulgado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca).

As criadoras de três canais sobre o tema contaram ao G1 como, além de dar visibilidade à doença, elas encontraram apoio para não desistir de lutar contra o câncer nas mensagens de milhares – e até milhões – de espectadores.

 

Lorena Reginato – Careca TV

 

 
 
 
 
Lorena, do Careca TV, conta como ter um canal no YouTube foi importante para sua recuperação de um câncer no cérebro

Lorena, do Careca TV, conta como ter um canal no YouTube foi importante para sua recuperação de um câncer no cérebro

Em 2015, Lorena foi diagnosticada com câncer no cérebro aos 11 anos e dividiu em seu canal, o Careca TV, toda sua história com a doença. Alguns vídeos tiveram milhões de visualizações.

 

“Não foi um momento bom, pensei em desistir várias vezes, mas eu tirei forças de vocês, de produzir os vídeos do meu canal, das mensagens legais”, diz Lorena.

 

Embora recebesse muitas mensagens solidárias, o canal de Lorena também foi alvo de hackers, que tiraram do ar alguns vídeos com milhares de visualizações em 2016.

Após dois anos de tratamento, a menina moradora de Jaú (SP) está curada e continua postando vídeos no Careca TV, atualmente com quase 2 milhões de inscritos. O assunto agora são as suas conquistas na recuperação e games.

 

Isadora Fernandes

 

 
 
 
 
Isadora Fernandes fala como seu canal no YouTube ajudou a conhecer pessoas que, assim como ela, lutavam contra o câncer

Isadora Fernandes fala como seu canal no YouTube ajudou a conhecer pessoas que, assim como ela, lutavam contra o câncer

A estudante Isadora descobriu que tinha câncer no ovário aos 19 anos. Sem antecedentes na família, ela estava em Botucatu (SP), onde estudava, quando começou a sentir pontadas no “pé barriga” após fazer xixi.

Em maio de 2017, ela postou o primeiro vídeo sobre a doença em seu canal no YouTube, contando como foi o diagnóstico do câncer – que tem quase 450 mil visualizações.

 

“É muito importante nesse período a gente compartilhar. […] Só quando você está vivendo a situação que você entende como tudo aquilo é pesado, e alguém que passou pelo mesmo que você vai te entender totalmente”, diz.

 

Isadora operou em abril de 2017 e, desde outubro, está no período de remissão – termo utilizado na medicina quando não há sinais da atividade da doença, mas não é possível concluir como cura.

 

Ana Ávila e Dani Israel – Força Gurias

 

 
 
 
 
Ana Ávila, do canal Força Gurias, fala sobre a superação do câncer de mama

Ana Ávila, do canal Força Gurias, fala sobre a superação do câncer de mama

 

“Nós tínhamos a carência de encontrar informações que não fossem dramáticas sobre o assunto na intertnet. Tanto que a hashtag do nosso canal é #nonodrama”, explica Ana.

 

A consultora de imagem e a diretora de cinema, respectivamente, se conheceram no consultório da mastologista em Porto Alegre e resolveram fazer os vídeos para compartilhar informações, dicas e entrevistas com médicos sobre a doença.

Ana acabou de fazer a reconstrução mamária, dois anos após receber o diagnóstico. Já Dani terminou o tratamento e está agora na fase de controle.

*Com orientação de Vitor Sorano