O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, estará nesta sexta-feira (8) na Bahia para dar largada a sua campanha eleitoral no segundo turno. É o mesmo Estado em que ele iniciou a pré-campanha e sediou a convenção que referendou o seu nome como candidato ao Palácio do Planalto.
A cidade a ser visitada será Vitória da Conquista, no sudoeste baiano, terceiro maior colégio eleitoral do Estado, com cerca de 200 mil eleitores e 308 mil habitantes. Conforme lideranças tucanas, o objetivo é agradecer a boa votação obtida no primeiro turno no município, que é liderado pelo PT.
Por trás dos agradecimentos, porém, pode haver o propósito de tentar ampliar ou ao menos assegurar os 41,02% de votos conferidos ao candidato tucano contra os 39,43% da candidata do PT, Dilma Rousseff, pois o PT está mobilizado para tentar tirar essa diferença em 31 de outubro. É o que diz o presidente municipal da legenda, Rivaldo Gusmão.
“Certamente nós reverteremos esse quadro. Estou articulando através do governador Jaques Wagner (PT), um grande comício com Lula e Dilma no próximo dia 15”, adianta Rivaldo.
O líder petista acredita que o feito do candidato tucano, em terreno petista, se deu em razão de uma onda de boatos que circulou pela internet nos últimos dias da campanha, atribuindo a Dilma declarações que, afirma Rivaldo, seriam inverídicas. A petista teria dito: “Nem mesmo Cristo querendo, me tira essa vitória”.
“Essa mentira provocou uma celeuma na cidade, onde a maioria da população é evangélica. Tentamos reverter junto às igrejas, mas não conseguimos. Infelizmente isso mudou o resultado que esperávamos”, diz o presidente do partido, explicando que, em 2002, Lula também perdeu para Serra em Conquista, mas a seu ver, por falta de empenho da coordenação da campanha. “Dessa vez não houve falta de empenho”, garante, lembrando que Wagner ganhou na cidade com 67% dos votos válidos.
Político, radialista e segundo candidato a prefeito mais votado no município em 2006, recebendo 43 mil votos, Herzem Gusmão tem outra visão. Acredita existir “certo cansaço do modelo petista de governar”, aliado ao fato de o prefeito Guilherme Menezes (PT) “não estar conseguindo repetir o desempenho do primeiro mandato (1996/ 2000). Além disso, diz ele, o prefeito teria promovido alguns rompimentos dentro do próprio partido.
“Existe um outro ponto importante, Guilherme fez muito pela saúde na cidade, no seu primeiro governo, com a ajuda de José Serra, que era ministro da pasta. Isso o povo não esquece”, sustenta Herzem, que hoje milita no PMDB, mas participou da disputa municipal pelo PSDB.
História de oposição
Vitória da Conquista notabilizou-se na Bahia por ser um reduto historicamente de oposição, durante todo o período de predomínio do carlismo (força política liderada pelo falecido senador Antonio Carlos Magalhães, do extinto PFL).
A prefeitura é comandada pela quinta vez consecutiva pelo Partido dos Trabalhadores. O prefeito é o médico Guilherme Menezes, um homem de poucas palavras, mas uma das estrelas petista no Estado. Ele foi reeleito após a primeira administração. Em seguida exerceu uma legislatura parlamentar como deputado federal, tendo feito o sucessor na prefeitura. Há três anos, foi conduzido ao terceiro mandato no município.
Programação
Serra deve chegar a Conquista por volta das 14 horas. Logo após o desembarque, seguirá em carreata até o centro comercial da cidade, passando pelas principais avenidas de Conquista. No centro, ele fará um corpo a corpo e depois receberá de lideranças locais um documento contendo as principais reivindicações da região, que deverão ser incluídas no seu programa de governo. Ainda no local, o candidato deverá atender a imprensa, logo após a programação.