De volta ao Senado pela primeira desde que foi derrotado por Geraldo Alckmin (PSDB) na disputa pelo governo de São Paulo, o senador Aloizio Mercadante (PT) teve seu retrato colocado, hoje, na galeria de ex-presidentes da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Adotando o clima de despedida que paira no Senado, os senadores aproveitaram a homenagem para dar algumas sugestões de “emprego” para o petista, que ficará sem mandato a partir de fevereiro do próximo ano.
“Não consigo não vê-lo aqui em Brasília em algum ministério. Estou convencido de que Vossa Excelência continua em Brasília ajudando o Brasil”, disse o senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul. “Tenho certeza que Vossa Excelência tem toda a competência para ocupar qualquer ministério, não só na área econômica, mas também na política”, emendou Flexa Ribeiro, reeleito senador pelo PSDB do Pará.
O senador Jayme Campos (DEM) observou que, apesar de ser da oposição, não poderia deixar de elogiar a presidência de Mercadante frente à CAE e se colocou à disposição do petista para conseguir um emprego para ele no Mato Grosso na área da agricultura ou pecuária. “Só não sei se o salário será substancial”, brincou.
A economista Maria da Conceição Tavares disse que Mercadante teria uma reeleição fácil para o Senado, mas preferiu disputar ao governo de São Paulo por lealdade ao PT. “Todo mundo sabe que ele seria reeleito ao Senado. Ao fazer isso, ele deu uma contribuição para que a Dilma Rousseff, presidente eleita, perdesse por muito pouco em São Paulo”. Mercadante ficou emocionado ao ouvir o discurso da colega.
Aloizio Mercante tem sido cogitado para integrar o primeiro escalão da presidente eleita. Mas ao ser questionado, desconversa: “Vou ficar no ministério da Economia Brasileira, que é a aula que eu vou continuar dando lá na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas)”.