Em evento que divulgou o balanço dos oito anos de governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se defendeu das críticas de que estaria interferindo na montagem da equipe ministerial da presidenta eleita, Dilma Rousseff. “A Dilma se reuniu com esses companheiros, no mínimo, cem vezes mais do que eu. Eles estiveram muito mais na sala da Dilma do que eu. Ela escolheu quem ela conhece, quem ela quis escolher. Somente ela pode escolher quem vai governar com ela”, afirmou o presidente.
Mesmo dizendo que a grande solenidade montada no Palácio não era de despedida, Lula entrou no clima dos agradecimentos. Com humor, falou sobre os ministros que trabalharam com ele e “da choradeira quando o [ministro do Planejamento] Paulo Bernardo contingenciava o Orçamento, quando o [ministro da Fazenda] Guido [Mantega] dizia que era preciso fazer um superávit maior”.
Lula fez, ainda, um agradecimento especial ao vice-presidente, José Alencar, que
está internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. “Duvido que qualquer governante do mundo tenha um vice como eu tive. Pode ter igual. Melhor, eu duvido. É leal e companheiro como jamais vi na vida”, disse.
Na cerimônia foi lançada uma publicação com todos os dados dos oito anos de governo. Lula disse que todos os números serão abertos ao público. E aproveitou parta fazer uma referência bem-humorada ao site WikiLeaks, especializado em divulgar informações confidenciais de governos e corporações. “O WikiLeaks não vai precisar entrar clandestinamente. Vai ter tudo que precisar. Não vai ter vazamento porque vamos vazar antes”.