O deputado Francisco Everardo Oliveira (PR-SP), o Tiririca, votou nesta quarta-feira (16) a favor do salário mínimo de R$ 600. Ele negou ter votado errado. Sua posição foi contrária à orientação do partido, que faz parte da base do governo e apoiou o valor de R$ 545.
Após a sessão, um grupo de parlamentares e assessores cercou Tiririca. Um deles disse: “votar errado é normal. Eu já votei errado umas dez vezes.” A preocupação do grupo, manifestada nas conversas, era evitar que Tiririca falasse com jornalistas no momento.
A repórter do G1, que presenciava os diálogos, aproximou-se do deputado e perguntou se ele havia ficado nervoso no instante da votação. Tiririca respondeu: “Cá para nós, eu votei com o povo. Eu vim de onde? Quem me colocou aqui? Eu não estou aqui por acaso”, disse o deputado.
Ao ser questionado sobre a versão de seu partido, de que teria se enganado na hora de votar, o deputado voltou a negar. “Como eu fui o parlamentar mais votado, é natural essa preocupação do partido”, afirmou.
Depois disso, a equipe de reportagem voltou a procurar o deputado, que não quis mais falar sobre o assunto. O G1 também procurou sua assessoria, que informou não ter ouvido a declaração de Tiririca, mas não desmentiu as afirmações de que teria “votado com o povo”. A assessoria afirmou que, durante a quarta-feira, Tiririca havia dado declarações defendendo a orientação do partido e afirmando apoio à proposta governista.
Além da proposta do PSDB, de R$ 600, os deputados rejeitaram a emenda do DEM, que sugeria um salário mínimo de R$ 560. O valor tinha o apoio das centrais sindicais e de parte dos deputados do PDT, legenda que também integra a base de apoio do governo no Congresso.
O PR orientou a bancada a rejeitar as duas emendas. Além de Tiriica, outros dois deputados do PR, Francisco Floriano (RJ) e Zoinho (RJ), votaram a favor do mínimo de R$ 600.