Apenas parentes, amigos e alguns políticos participaram da cerimônia de cremação do corpo do ex-vice-presidente José Alencar, hoje (31), em uma rápida cerimônia no Parque Cemitério e Crematório, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. A cerimônia durou 20 minutos e terminou por volta das 15horas.

A família de Alencar decidiu levar as cinzas para a capela onde ele foi batizado, em Itamori, distrito do município de Muriaé, na Zona da Mata Mineira. As cinzas, no entanto, só serão entregues aos parentes, em uma pequena urna, depois quatro dias.

A presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que retornaram de uma viagem a Portugal para o velório no Palácio do Planalto, também foram prestar a última homenagem a Alencar em Belo Horizonte.

Antes de seguir para o crematório, o corpo de Alencar seguiu em cortejo fúnebre pelas ruas de Belo Horizonte. Da Base Aérea, no bairro da Pampulha, até ao Palácio da Liberdade, antiga sede do governo de Minas Gerais, as calçadas das ruas ficaram repletas de pessoas que prestaram a última homenagem ao ex-vice-presidente.

Cerca 6 mil pessoas participaram da visitação pública do caixão de Alencar, que ficou exposto no salão principal do Palácio da Liberdade. Outras se aglomeram na praça em frente ao palácio.

A comoção popular nas ruas da capital mineira durante passagem do cortejo com o corpo de Alencar fez com que vários políticos e moradores da cidade recordassem do funeral do ex-presidente Tancredo Neves, em 1985.

A todo momento, era possível ver pessoas aplaudindo, agitando bandeiras, chorando e empunhando mensagens de agradecimento a Alencar.

Ao passar pela Praça Sete, palco do último discurso de Alencar, uma chuva de papel picado caiu sobre o cortejo. O último discurso ocorreu durante a campanha de Dilma, no segundo turno. Mesmo debilitado, Alencar subiu em uma carro aberto, participou da carreata e na Praça Sete fez um discurso bem-humorado em favor da presidenta.

Ao sair do velório no Palácio da Liberdade, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, destacou a importância de Alencar na vida brasileira. “O José Alencar está definitivamente entre os grande nomes, os grande heróis da Pátria. Para Minas Gerais, neste momento, é um orgulho dizer que temos mais um mineiro ilustre com o nome escrito de forma indelével na história brasileira.”

O ex-ministro do Desenvolvimento Social Patrus Ananias relembrou momentos da política mineira nos quais Alencar serviu para quebrar a resistência que havia em relação ao PT.