Deputados da base do governo na Câmara vão tentar ainda hoje (1º) revogar a convocação do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, para prestar esclarecimentos na Comissão de Agricultura sobre a a própria evolução patrimonial. A informação foi dada pelo líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP).
“A questão de ordem é para que o presidente da Casa [deputado Marco Maia (PT-RS)] restabeleça a ordem. Deve ser anulado o resultado [da convocação de Palocci] e, ai, vai ter outra votação e vocês vão ver o que a maioria quer”, explicou Vaccarezza ao informar que, ainda hoje, os deputados da base aliada que integram a Comissão de Agricultura vão assinar uma questão de ordem dirigida a Marco Maia pedindo a anulação da reunião da comissão que aprovou a convocação do ministro.
Vaccarezza disse que não existe clima de guerra entre governo e oposição e, sim, um debate político acirrado. “O que aconteceu na comissão hoje foi um golpe. O presidente anunciou um resultado que era minoritário. Não foi manobra regimental, porque a manobra regimental é legítima, o que não é legitimo é o golpe”.
Segundo o líder, o presidente da comissão, deputado Lira Maia (DEM-PA), apesar da orientação da maioria contrária à convocação do ministro, descumpriu a praxe do Parlamento e anunciou a posição do partido dele, o DEM, que é pela convocação do ministro.
O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), disse que ainda não sabe qual será a decisão que irá tomar sobre a questão de ordem para anular a reunião da Comissão de Agricultura e, consequentemente, a aprovação da convocação do ministro. “Vamos analisar os documentos, as fitas de gravações, antes de decidir. Acho que é lamentável que nós não tenhamos sempre uma condução equilibrada dos processos de votações”.
O líder do DEM, deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (BA), disse que não vê nenhum amparo legal para o presidente da Câmara revogar a decisão da Comissão de Agricultura. “Golpe é querer mudar uma decisão que foi tomada legalmente pela comissão”. Segundo o líder, se o presidente da Câmara acolher a questão de ordem e revogar a convocação do ministro ele irá recorrer ao Supremo Tribunal Federal para manter a convocação de Palocci.