O Partido Social Democrata (PSD), liderado por Pedro Passos Coelho, venceu nesse domingo (5) as eleições gerais de Portugal. A legenda de centro-direita derrotou o Partido Socialista, do primeiro-ministro português, José Sócrates, encerrando o período de seis anos da legenda no poder. O PSD não conseguiu a maioria absoluta no Parlamento e agora planeja uma coalizão com outro partido de direita, o Centro Democrático Social (CDS).
Durante a divulgação de pesquisas de boca de urna, que indicavam a vitória do PSD, Sócrates admitiu a derrota e renunciou como líder do Partido Socialista. “Esta derrota é totalmente minha e quero assumir toda a responsabilidade”, disse o primeiro-ministro.
“Sinto que é necessário abrir um novo ciclo político que seja capaz de preparar uma alternativa consistente. Quero dar ao Partido Socialista o espaço para discutir seu futuro e escolher uma nova liderança”, acrescentou.
O novo governo terá que implementar o pacote econômico que prevê uma ajuda financeira de 78 bilhões de euros ao país. As eleições de ontem foram marcadas pela forte crise econômica em Portugal. O país terá que reformar seu sistema público de saúde e implementar um programa de privatizações em troca de ajuda financeira, negociada com os países da União Europeia.
Todos os principais partidos concordaram com o pacote de ajuda financeira, que exigirá medidas de austeridade no país. Sócrates renunciou ao cargo de primeiro-ministro em março, abrindo caminho para novas eleições, depois que a oposição parlamentar rejeitou um plano de medidas de austeridade proposto pelo governo socialista – o segundo em menos de um ano.
Passos Coelho afirmou que Portugal passará por tempos difíceis.O país enfrenta uma taxa de desemprego superior a 12%. Ao votar nos arredores de Lisboa, Pedro Passos Coelho disse que Portugal deve obedecer os termos do pacote de ajuda financeira. “Nós sabemos que teremos um período muito difícil nos próximos dois ou três anos”, completou.
Coelho afirmou ainda que tem a certeza de que as mudanças necessárias serão feitas e que Portugal vai alcançar nova prosperidade com crescimento econômico”. Na semana passada, ele disse que era o candidato preferido dos países que doarão dinheiro a Portugal. “Vamos cortar o desperdício e os excessos do Estado, ao mesmo tempo em que encontraremos uma maneira de fazer com que os mais necessitados tenham o que precisam”, disse.