A votação da Lei Geral da Copa, iniciada nessa quarta-feira (21) na Câmara dos Deputados, foi mais uma vez adiada. Muitos partidos da base governista entraram em obstrução logo na votação do primeiro requerimento da oposição que pedia a retirada de pauta da Lei Geral da Copa. Com obstrução, não se conseguiu quórum suficiente para a votação do requerimento, o que levou o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), a encerrar a sessão.

Para que a sessão prosseguisse eram necessários que, no mínimo, 257 deputados registrassem seus votos no painel eletrônico de votação. No entanto, com a obstrução apenas 155 deputados votaram o requerimento. Participaram da obstrução à votação PMDB, DEM, PR, PTB, PDT, PSD, PPS e PSC.

A obstrução ocorreu principalmente porque esses partidos querem atrelar a votação da Lei Geral da Copa à votação do novo Código Florestal. As legendas exigem que Marco Maia marque a data para a votação do código e se comprometa a colocá-lo em votação na data marcada para que eles possam então votar a Lei da Copa.

Também deputados da Frente Parlamentar Evangélica entraram em obstrução por serem contrários a liberação da venda de bebidas alcoólicas, nos estádios, durante os jogos da Copa. “Temos mais de 100 deputados que são contrários à liberação da bebida nos estádios. São parlamentares de vários partidos. Queremos uma Copa sem álcool. O que o governo está propondo com a liberação da bebida, contraria tudo que está sendo feito contra o uso de bebidas”, disse o presidente da frente, deputado João Campos (PSDB-GO).

O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que o adiamento da votação não foi uma derrota do governo. Ele informou que liberou os partidos da base para votar contrário ao requerimento de retirada de pauta ou então obstruírem a votação. “Os líderes [da base] que obstruíram a votação vieram falar comigo para que tivessem um tempo maior em suas bancadas, não por causa da Lei Geral da Copa, mas porque o tema Código Florestal ainda não está plenamente resolvido em suas bancadas”.

Chianglia disse que vai procurar o diálogo com os partidos da base e também com a oposição para verificar se será possível “alguma aproximação” em relação ao mérito do Código Florestal para a votação. Segundo ele, quando foi produzido o acordo no Senado, em torno do mérito para a aprovação do Código Florestal, era para ele ter sido votado imediatamente na Câmara, “porque tinha sido acordado, inclusive com a participação de muitos deputados.

“Vamos tranquilamente dialogando até o presidente Marco Maia marcar a data de votação. Definir data não é suficiente, muito melhor é discutir o mérito do código. Pretendemos começar o debate pelo conteúdo. Vamos dialogar com a base e com a oposição, a partir do mérito. Quem sabe aconteça uma aproximação, hoje não está à vista. Se não houver, em algum momento vai à voto, naturalmente”, disse Chinaglia.