O juiz federal Sergio Moro resolveu transformar a prisão temporária (cinco dias) do lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, em prisão preventiva (30 dias, prorrogáveis por mais 30). A decisão foi tomada na noite de sexta-feira, 21, antes do fim do prazo da prisão temporária, que seria encerrado à meia noite de sábado.
Baiano seria o operador do PMDB no esquema de corrupção da Petrobras – tanto o lobista quanto o partido negam. Na decisão, o juiz lembra os depoimentos dos delatores – o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa – e, ainda, o “bloqueio de valores milionários” em contas de empresas administradas por ele: Hawk Eyes Administração de Bens (R$ 6,5 milhões) e Technis (R$ 2 milhões).
“Considerando a corroboração, em geral, do esquema criminoso detalhado pelos colaboradores, a riqueza de detalhes e a convergência dos depoimentos, os documentos apreendidos com referência aparente a proprina para ‘Fernando Baiano’ e o próprio resultado do sequestro judicial, com bloqueio de valores milionários em contas de empresas controladas por Fernando Soares, reputo presente, nessa fase, prova suficiente de materialidade e de autoria, autorizando a decretação da prisão preventiva de Fernando Soares”.
Baiano se entregou na última terça-feira, 18, à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, após quatro dias foragido. Ele está preso junto a outros 12 investigados na operação.