Oito dias após o ataque à revista de humor francesa Charlie Hebdo, que resultou na morte de 12 pessoas, entre elas oito jornalistas, o Senado promoveu hoje (15) um ato contra o terrorismo e a islamofobia. Usando o slogam Somos Charlie, que tomou conta das redes sociais e das ruas de Paris após o ato terrorista, o encontro serviu também para a defesa da liberdade de expressão.
O diretor da Federação Nacional dos Jornalistas, Celso Schroder, disse que a sociedade não pode relativizar a morte dos chargistas. “Somos Charlie, porque somos solidários à memória dos trabalhadores que morreram no seu local de trabalho, porque exerciam o direito de se expressar. A liberdade de imprensa é o nosso dever básico e não pode ser violado”, afirmou.
O Sheik Muhammad Zidan, do Centro Islâmico de Brasília, condenou os ataques e frisou que o ser humano é o maior perdedor dessa guerra. “Os muçulmanos, como cristãos e judeus, todos louvando a Allah, devemos recordar que Deus, nos seus ensinamentos e de seus profetas, sempre ensinou o amor, a verdade, a pureza e a paz”.
Para o representante da União Europeia, Francisco Fontan, é preciso equilibrar segurança e liberdade. “A gente tem que estar junto, firme, falar alto e claro em defesa das liberdades públicas como suporte fundamental da democracia e do estado de direito. Quando essas coisas acontecem, temos que falar alto como brasileiros e europeus estão fazendo”.
Autor do requerimento para realização do encontro, o senador Cristovam Buarque (PTD-DF) alertou que o Brasil precisa reforçar a segurança contra eventuais ataques terroristas e promover a paz entre as culturas.
“O mundo é um só. O Brasil se diferencia da França porque está um pouco mais distante, e estamos menos protegidos. O que o terrorista quer é criar fato de repercussão mundial [para dizer] que estão vencendo a guerra”, argumentou o senador.