O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defendeu hoje (30) o contingenciamento dos gastos no país. “Estabelecer uma situação fiscal que dê tranquilidade imediata a todos, esse é o desafio imediato”, disse. “O que também envolve cortar gastos do governo”, acrescentou. O ministro discursou nesta manhã para plateia de investidores na capital paulista.
Segundo Levy, o resultado fiscal do governo mostra que a economia precisa ser redirecionada. O objetivo do governo é reduzir alguns tipos de gastos, antes de começar a introduzir novos impostos. “Alguns gastos não são sociais, são bons porque ajudam o setor A, setor B, setor C, mas não são sustentáveis”, disse.
O ministro pediu, em seu discurso, que os investidores tomem a iniciativa na execução de projetos, acrescentando que a prioridade do governo é reduzir o risco coletivo. Só assim, disse, haverá espaço para que cada empresário possa se arriscar individualmente.
“Acho que a gente tem de pensar que o governo vai fazer a sua parte, criar um quadro com menos risco, em que as pessoas possam se situar com tranquilidade fiscal”, declarou. “Essa é uma tarefa que só o governo pode fazer”, completou.
Levy destacou também que o país tem bons exportadores, com grande capacidade de se inserir no mercado mundial, principalmente norte-americano e europeu. Ele comentou que essas empresas exportadoras precisam ter capacidade de se sustentar sem o favorecimento do câmbio.
“Eu acho que o câmbio não se controla tanto assim. Não é uma variável que se vá fazer grandes operações”, disse. Levy completou dizendo que “não há intenção de se manter o câmbio artificialmente valorizado”.