O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta terça-feira (27) prorrogar por 60 dias o inquérito que tem o presidente Michel Temer entre os investigados – saiba detalhes sobre as investigações mais abaixo.

A prorrogação das investigações foi pedida pela Polícia Federal no último dia 20. Consultada, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, se manifestou favoravelmente a conceder o novo prazo.

No ofício enviado ao STF, Dodge ainda havia pedido a Barroso que emitisse ordem judicial para o diretor-geral da PF, Fernando Segovia, se abster de “qualquer ato de ingerência” sobre o inquérito, sob pena de afastamento do cargo.

Sobre o pedido, Barroso afirmou no despacho: “[Segovia] já manifestou, por escrito nos autos, e oralmente perante este relator, o compromisso de não interferir em qualquer medida no inquérito em curso. Considero-o, portanto, devidamente ciente de que deve se abster de qualquer pronunciamento a respeito.”

 

O inquérito

 

O inquérito foi aberto em setembro do ano passado com base nas delações de Joesley Batista, dono do grupo J&F, e de Ricardo Saud, ex-executivo do grupo.

As investigações apuram o suposto pagamento de propina na edição, por Temer, de um decreto relacionado ao setor de portos.

De acordo com as investigações, a empresa Rodrimar, que atua no Porto de Santos (SP), teria sido beneficiada. Temer e a empresa negam a acusação.

Por Cláudia Bomtempo e Filipe Matoso, TV Globo e G1, Brasília