O nível de emprego nas montadoras dá o primeiro sinal de recuperação. Em julho, o segmento de veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus), responsável por 88% das vagas no setor, abriu cerca de 300 postos, invertendo assim oito meses seguidos de queda no número de funcionários. Ainda fora das estatísticas oficiais do setor, quatro montadoras abriram, desde o mês passado, perto de 2 mil vagas, o que deve melhorar os dados de emprego nos próximos meses.
Quando os reflexos da crise internacional começaram a ter impacto no País, em outubro do ano passado, o setor empregava 131,7 mil trabalhadores. Em junho, tinha 119,5 mil, ou 12,2 mil a menos, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Desse total, 105 mil operam nas fábricas de veículos e 14,4 mil nas de máquinas agrícolas.
No mês passado, as contratações anunciadas pelas fabricantes começaram a aparecer no índice oficial da Anfavea, que será divulgado hoje. As contratações ocorreram nas linhas de veículos, pois o segmento de máquinas agrícolas, que compõe os 12% restantes da mão de obra do setor, segue reduzindo seu quadro de funcionários. Contratações e demissões levam algum tempo para aparecer no índice da Anfavea, pois as empresas aguardam todo o trâmite burocrático para repassar os dados à entidade.
Entre junho e julho, por exemplo, a Volkswagen anunciou 380 contratações temporárias (por prazo médio de um ano), além de efetivar funcionários cujos contratos venceram no período. Há expectativa de que mais 600 contratações sejam feitas até o fim do ano. O início de corte de postos de trabalho nas montadoras, desde novembro, ocorreu após 22 meses seguidos de contratações. A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) deu novo ânimo ao mercado interno, que este ano deve bater recorde e atingir a venda de 3 milhões de veículos.