Os prejuízos causados por roubos ao comércio varejista no Brasil aumentaram 6,6% em 2009 na comparação com 2008, segundo levantamento global do Centro de Pesquisas do Varejo, na Grã-Bretanha. O país aparece em sétimo lugar no ranking de perdas provocadas por crimes, atrás apenas de Índia, Marrocos, México, África do Sul, Turquia e Tailândia.

No Brasil, os roubos provocaram prejuízo equivalente a 1,62% das vendas do varejo, num total de US$ 2,2 bilhões (R$ 3,8 bilhões). Em todo o mundo, as perdas chegam a US$ 114,8 bilhões (R$ 197 bilhões), o que representa 1,43% das vendas. Na comparação com 2008, houve aumento de 5,9% das perdas mundiais.

O número leva em consideração roubos e também perdas causadas por falhas processuais, como erros contábeis. Excluindo as falhas, mas incluindo na conta os recursos investidos em prevenção aos roubos, os gastos do comércio mundial em 2009 chegaram a US$ 120,5 bilhões (R$ 208 bilhões).

No Brasil, o custo dos crimes contra o varejo somado aos investimentos em prevenção chegou a US$ 2,1 bilhões (R$ 3,6 bilhões) em 2009, 0,74% maior do que o de 2008.

A pesquisa foi realizada em 41 países, onde 1.069 empresas responderam ao questionário. Em 38 nações houve percepção de aumento nos roubos no varejo. As maiores altas foram registradas na Eslováquia (9,8%) e na África do Sul (8,2%).

O Brasil aparece em 15º lugar no ranking do número de comerciantes que relataram aumento dos prejuízos em cada país, com 37,5%. O maior percentual de varejistas que observaram crescimento do número de roubos está na Itália (54,2%), seguida por África do Sul (52,6%) e Estados Unidos (51,7%).

Um terço dos varejistas de todo o mundo acredita que o aumento do número de roubos praticados por clientes tem relação com a crise econômica mundial. Na América Latina, o percentual é de 37,1%, mas na América do Norte chega a 47,5%.

Na América Latina e América do Norte, o principal problema são os roubos praticados por funcionários, enquanto nas demais regiões pesquisadas (Europa, Ásia-Pacífico e Oriente Médio-África), o maior volume de perdas é causado por roubos praticados por clientes.

No Brasil, 41,2% dos prejuízos foram causados por funcionários, somando US$ 941 milhões (R$ 1,6 bilhões). Roubos realizados por clientes representaram 33,8%, das perdas e o restante é atribuído a fornecedores (8,2%) e erros internos (16,8%).

Apesar do aumento do número de roubos, a crise econômica levou os comerciantes a gastarem menos este ano na prevenção aos roubos. Os gastos nos 12 meses encerrados em junho de 2009 foram de US$ 24,5 bilhões (R$ 42,5 bilhões), uma queda de US$ 930 milhões (R$ 1,6 bilhões) na comparação com o ano anterior. No Brasil, os gastos em prevenção às perdas somaram US$ 293 milhões (R$ 508 milhões).

Em 2009, 5,8 milhões de pessoas foram flagrados roubando pelos varejistas em todo o mundo, 500 mil a mais do que no ano anterior. Desse total, 85,6% eram clientes e 14,4%, empregados.

As mercadorias mais visadas são roupas e acessórios, cosméticos, alimentos, CDs, DVDs e produtos eletrônicos.