O dólar fechou em queda frente ao real nesta sexta-feira (27), aproveitando a melhora do mercado internacional durante a tarde, uma entrada de capitais no país e a intensificação da rolagem de contratos futuros perto do encerramento do mês.
A moeda norte-americana caiu 0,34%, para R$ 1,744. Na quinta-feira, o dólar havia subido 1,4%, mas no mês a queda acumulada ainda é de 0,74%.
Ao longo do dia, quatro profissionais de mercado relataram que, com o dólar no maior nível desde o início do mês R$ 1,76 no começo do dia, a oferta de moeda estrangeira havia aumentado em relação às últimas sessões, com uma presença mais destacada de exportadores e grandes empresas nacionais.
Temor reduzido
Outro fator que ajudou na queda do dólar foi a relativa melhora dos mercados internacionais no período da tarde, apesar das preocupações com a dívida de Dubai.
O pedido de suspensão do pagamento da dívida da Dubai World, a holding que administra os investimentos do Emirado, na quarta-feira deflagrou o que pode se tornar o maior calote de um país desde o da Argentina em 2001.
Bancos fora do Golfo Pérsico minimizaram nesta sexta-feira sua exposição à dívida de Dubai, após temores de uma moratória terem sacudido os mercados globais, e líderes europeus disseram que a economia mundial está agora forte o suficiente para enfrentar esse problema.
O primeiro-ministro francês, François Fillon, disse que há recursos suficientes na região do Golfo para garantir que não haja um segundo surto da crise financeira, mas o premiê russo, Vladimir Putin, afirmou que a história mostra que será difícil para o mundo deixar a crise financeira que já dura dois anos.
Embora as bolsas norte-americanas tenham caído mais de 1% e o dólar ainda subisse levemente em relação às principais moedas no fim da tarde, essas variações eram muito mais brandas que as verificadas durante a manhã.
Segundo operadores estrangeiros, a melhora ocorreu, em parte, porque o volume de negócios no mercado internacional era menor durante a “Black Friday” – dia que sucede o feriado de Ação de Graças e marca o início da temporada de compras de Natal nos Estados Unidos.