A EPE (Empresa de Pesquisa Energética) divulgou nesta terça-feira o novo Plano Decenal de Energia 2010-2010, que prevê investimentos totais de R$ 951 bilhões no período.
Desse total, 71% serão destinados ao setor de petróleo e gás (R$ 672 bilhões) e 22,5% (R$ 214 bilhões) para a geração e transmissão de energia elétrica. O plano estima ainda investimentos de R$ 66 bilhões, ou 6,9% do total, para produção e transporte de etanol e biodiesel.
A estimativa da EPE é que, por conta especialmente do pré-sal, a produção de petróleo cresça de 2 milhões de barris/dia neste ano para 5,1 milhões de barris/dia em 2019. Isso resultará num excedente de 2,2 milhões de barris, que poderão ser exportados em 2019.
Já no caso da energia elétrica, a EPE aponta a necessidade da construção de 39 novas usinas hidrelétricas que ainda não foram licitadas. Elas terão capacidade de gerar 22,7 mil megawatts e começarão a entrar em operação a partir de 2014. Para o período de 2010 a 2014, a EPE já contratou energia de hidrelétricas, termelétricas e outras fontes, que somam 40,8 mil MW.
Segundo Maurício Tolmasquim, presidente da EPE, um dos destaques do plano é que não está prevista a instalação de novas termelétricas a partir de 2014. A expansão se dará por hidrelétricas e fontes alternativas, como biomassa e energia eólica.
Outro ponto relevante, disse, é a expansão do uso de etanol, cuja demanda crescerá 36,5% de 2009 a 2019. Tal crescimento ocorrerá graças à expansão na frota de carros flex, que chegará ao final do período com participação de 78%. Hoje, os veículos bicombustíveis representam 37% do total. Já o consumo de gasolina cairá 20% no mesmo período.
Com o crescimento do uso de etanol e o foco em hidrelétricas, o país conseguirá manter uma participação de 48% de energia renovável na matriz energética. “O principal desafio é manter essa proporção, que já é muito alta em relação aos outros países. No mundo, 41% da energia vem do carvão”, disse.