O aval da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para que as operadoras de telefonia entrem no mercado de TV a cabo expôs o embate entre os gigantes do mercado de telecomunicações no Brasil: Net/Embratel, Oi e Telefônica. Enquanto as operadoras de telefonia (Oi e Telefônica) têm restrições para operar na TV a cabo, a Net (principal operadora de TV paga do País) vem crescendo na oferta de telefonia fixa.
Dados da Teleco, consultoria especializada no setor, mostram que, do fim de 2008 ao primeiro trimestre deste ano, a Net/Embratel, controlada pelo grupo mexicano América Móvel, foi a única que teve aumento de número de linhas de telefones fixos, saltando de 5,36 milhões para 6,68 milhões. Só o Net Fone, serviço operado pela Embratel e vendido nos pacotes da companhia de TV paga, passou de 1,8 milhão para 2,67 milhões no período. E, no último balanço divulgado pela Net, a companhia relata que 89% dos clientes de banda larga têm o telefone fixo atrelado ao serviço.
Na mão contrária, estão Oi e a Telefônica, que viram seus números de linhas ativas despencarem. A base de clientes de telefonia fixa da Oi (incluindo a Brasil Telecom) regrediu de 22,07 milhões para 21,09 milhões. No grupo espanhol, por sua vez, os números passaram de 11,67 milhões para 11,2 milhões. Uma das explicações é que, enquanto só a assinatura base de um telefone fixo oferecido pelas concessionárias custa cerca de R$ 40 por mês, por esse preço a Net oferece pacotes que incluem banda larga, TV e telefone.