“A tendência é que o IPCA [Índice de Preços ao Consumidor Amplo] continue mostrando uma menor pressão de inflação e continue caindo. Se não mostrar deflação nos próximos meses vai, pelo menos, ficar dentro da meta de inflação”, ou seja, variar até, no máximo, 4%. A avaliação foi feita hoje (20) pela professora de economia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro Maria Beatriz David.
Segundo a economista, as condições climáticas em todo o país estão entre os principais fatores que podem provocar a repetição de resultados como o divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Instituto apurou deflação do IPCA-15 em julho, com taxa de -0,09%.
“O preço dos alimentos está muito ligado às safras e entressafras e teve um período muito chuvoso que prejudicou áreas de cultura. A tendência é que, com a estabilização do clima, melhore o preço dos alimentos”, explicou. Para Maria Beatriz David, as medidas adotadas pelo Banco Central e o endividamento dos brasileiros, que acarreta em um consumo menor, também explicam a tendência de redução das pressões inflacionárias.
A projeção que surge como uma mensagem otimista para os assalariados inclui também outros itens que compõe o índice inflacionário, como os preços dos automóveis e dos combustível. “Com a inflação em tendência de queda, o consumidor tem orçamento maior para gastos. A expectativa é de uma folga maior para quem não está endividado”, avaliou Maria Beatriz David.