A taxa média de juros cobrada das famílias em junho, de 27,3% ao ano, foi a mais baixa da série histórica do Banco Central (BC), iniciada em 1994. A redução não significa, entretanto, que os bancos baixaram os juros, mas que os consumidores estão buscando modalidades com taxas mais baixas, o que reduz a média.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, argumentou que, enquanto o saldo das operações do cheque especial (com taxa de 165,1% ao ano) caiu 0,2%, o estoque do crédito pessoal aumentou 1,6% (taxa de 42% ao ano), de maio para junho.
“Aqueles tomadores de recursos aptos para captar em outras modalidades migram”, disse Lopes. Ele ressaltou que o cheque especial, por ter taxa muito elevada, “é um recurso de última instância”.
Lopes destacou que há indícios de acomodação da demanda por crédito pelas famílias, e aumento no crédito para as empresas. O crescimento, nesse caso, está sendo puxado por grandes operações de empresas.
Ele explicou ainda que a taxa de crédito para as empresas subiu (de 26,9% ao ano em maio para 27,3% ao ano em junho) porque esse segmento sente mais fortemente as elevações da taxa básica de juros (Selic). Isso porque o setor empresarial tem 40% das operações a taxas flutuantes.
Dados parciais do BC mostram que, neste mês, até o dia 15, o crédito para pessoas físicas cresceu 1,8% e, para as empresas, 2,4%.
De acordo com Lopes, o crédito para pessoas físicas, com recursos livres e direcionados, cresceu 1% em junho em relação a maio. Para as empresas, a alta foi de 2,8%.