Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda hoje, após passarem a maior parte do dia em território positivo. Apesar dos estoques de petróleo bruto terem caído, os investidores hesitaram em elevar os preços da commodity em meio aos receios com os altos níveis dos estoques de derivados.
Os contratos de petróleo com entrega para outubro perderam US$ 0,42 (0,56%) e fecharam a US$ 74,25 o barril na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês). Na plataforma ICE, o petróleo do tipo Brent fechou em queda de US$ 0,70 (0,89%), a US$ 77,47 o barril.
Durante a manhã, o petróleo foi impulsionado pelo relatório do Departamento de Trabalho dos EUA, que mostrou uma redução de 27 mil no número de trabalhadores que entraram pela primeira vez com pedido de auxílio-desemprego na semana encerrada em 4 de setembro. Além disso, o Departamento de Energia (DoE) relatou uma queda surpreendente nos estoques de petróleo bruto, fazendo com que os futuros atingissem a máxima de US$ 75,96 durante a sessão.
Mas, com os preços se aproximando do maior nível em duas semanas, os investidores se focaram nos estoques combinados de petróleo e derivados, que ainda estão altos, e em sinais de uma economia frágil, que não deve ajudar a aumentar a demanda pela commodity.
“A máxima intraday atingida hoje é o teto da faixa em que petróleo está sendo negociado recentemente. Nós oscilamos um pouco em torno dela e não conseguimos ampliar o rali”, comentou Matt Zeman, estrategista-chefe da LaSalle Futures. “E o mercado ainda está com um abastecimento extremamente bom”, acrescentou.
As bolsas norte-americanas também devolveram boa parte dos ganhos registrados mais cedo. O índice Dow Jones, que atingiu a máxima em 10.476 pontos, era negociado na casa dos 10.427 pontos às 16h45 (de Brasília). “Quando as ações recuaram das máximas, o petróleo acompanhou”, disse Rich Ilczyszyn, corretor e estrategista da Lind-Waldock. “Com os estoques aumentando semana após semana, o mercado de petróleo está um pouco baixista”.
As expectativas de oferta entraram em foco recentemente, devido ao atual excesso de petróleo nos EUA. Os estoques comerciais combinados de petróleo e combustíveis tiveram um aumento de 200 mil barris na semana encerrada no dia 3 de setembro, a nova máxima em 27 anos. O aumento se deu por causa de uma elevação de 1,5 milhão de barris nos estoques de propano e propileno, além de acréscimos em outras categorias.
Entretanto, os estoques de petróleo bruto tiveram uma queda de 1,853 milhão de barris. Analistas ouvidos pela Dow Jones esperavam um aumento de 1 milhão de barris. Para Tom Bentz, corretor e operador do BNP Paribas, embora essa queda inicialmente tenha dado suporte aos futuros de petróleo, os estoques ainda estão muito elevados, impedindo que os preços subam muito além de US$ 75 o barril.
Os estoques de gasolina tiveram uma redução de 243 mil barris, abaixo do esperado, que era uma queda de 800 mil barris. Os estoques de destilados, que incluem óleo para aquecimento e diesel combustível, caíram em 388 mil barris, quando os analistas esperavam uma alta de 500 mil barris.
Embora a redução no número de pedidos de auxílio-desemprego mostre uma melhora no mercado de trabalho norte-americano, a demanda dos consumidores por gasolina ainda é frágil, mesmo durante a temporada de férias de verão, que acabou no feriado do Dia do Trabalho, nesta segunda-feira. Os estoques de gasolina subiram quase 5% em julho e agosto, quando geralmente registram uma queda de 6% nesse período.
Os contratos de gasolina reformulada (RBOB) com vencimento mais próximo, em outubro, fecharam em queda de US$ 0,0040, a US$ 1,9354 o galão. Os contratos de óleo para aquecimento com vencimento para outubro perderam US$ 0,0133, e fecharam a US$ 2,0684 o galão.