As 600 maiores propriedades citrícolas do estado de São Paulo produziram até setembro 318,6 milhões de caixas de laranja, de acordo com levantamento conjunto da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (3) pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi. Houve perda de 40,8 mil caixas de laranja na safra 2009/2010 por causa do excesso de chuvas na época da floração e da seca que ocorreu durante o desenvolvimento dos larajais.
Este é o primeiro levantamento feito no país sobre a cultura da laranja e a continuidade da pesquisa deverá facilitar a organização do setor e a superação de problemas nos elos da cadeia produtiva, explicou o ministro Wagner Rossi. As pesquisas de produção feitas nas áreas de cana-de-açúcar e café “foram importantes para melhorar a rentabilidade desses setores” e, para o ministro, isso também vai se dar em relação à citricultura.
Dos laranjais paulistas saem 85% da produção brasileira de laranja. Posteriormente, o levantamento se estenderá aos demais estados produtores.
O secretário da Agricultura e Abastecimento de São Paulo, João de Almeida Sampaio, calcula que a laranja deverá render US$ 2 bilhões à balança comercial do agronegócio. A caixa de laranja, este ano, registra valor médio de R$ 15. No ano passado, ficou abaixo de R$ 5. No entanto, o lucro deste ano, segundo ele, não deverá superar os prejuízos dos anos anteriores. A desvalorização do dólar frente ao real prejudica o setor, segundo o secretário. Como o suco de laranja está com o preço em alta no exterior, a tendência é que haja lucro maior na safra atual. Para cada dez copos de suco de laranja consumidos em todo o mundo, sete são provenientes do Brasil, um dos maiores produtores mundiais junto com os Estados Unidos.
O ministro Wagner Rossi afirmou que a agricultura brasileira “é o maior partido do país”, na concentração de todos os setores que a envolvem. “Ela tem que trabalhar unida para obter bons resultados, independentemente de quaisquer vinculações partidárias”. O apoio do Ministério da Agricultura ao setor produtivo, segundo ele “é capaz de mudar cenários desfavoráveis na zona rural e, nesse ponto, uma das coisas mais reivindicadas pelos produtores é a qualidade da informação para ele poder se organizar, fazer investimentos e aperfeiçoar a comunicação com todos os elos da área”.
O secretário de Agricultura paulista informou que as propriedades até 48 hectares empregam 80,7 mil pessoas em São Paulo. Os proprietários e arrendatários somam mais 24 mil pessoas. As lavouras que têm mais de 300 hectares utilizam mecanização intensiva e, por isso, empregam menos, segundo João de Almeida Sampaio.