O feijão foi principal produto que puxou a alta da cesta básica no mês de outubro, cujo preço subiu nas 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Os maiores aumentos foram registrados em Fortaleza (38,12%), Belo Horizonte (37,12%), São Paulo (35,89%), Belém (32,32%) e João Pessoa (30,68%). Já Curitiba (6,11%), Porto Alegre (5%), Florianópolis (3,66%) e Aracaju (0,63%) foram as capitais que registraram os menores percentuais de aumento.
Em outubro, a cesta básica ficou mais cara em 16 das 17 capitais que integram a pesquisa do Dieese. As maiores altas foram registradas em Curitiba (5,78%), Goiânia (5,64%) e Belo Horizonte (5,5%). Aracaju foi a única capital onde houve queda no preço da cesta básica (-0,67%).
No acumulado do ano, todas as capitais registram aumento do preço da cesta básica, com variações mais significativas em Goiânia (20,45%), Recife (14,10%), Salvador (12,03%), São Paulo (11,22%) e Curitiba (9,49%). Nos últimos 12 meses, Goiânia também regista a maior elevação (16,15%), seguida de Fortaleza (13,56%), Recife (10,88%) e São Paulo (10,33%). Apenas em Porto Alegre, o preço médio da cesta básica caiu nos últimos doze meses (-0,43%).
Segundo o responsável pela pesquisa, José Maurício Soares, o aumento se deve, principalmente, à seca muito forte que ocorreu em agosto e setembro. “Isso atrapalha completamente o cultivo de produtos como feijão, arroz e, com o pasto ruim, o gado emagrece e não há oferta para o abate”. Ele alertou que a alta dos preços dos alimentos pode também elevar a inflação de outubro.
O preço da carne, produto que mais pesa na cesta de alimentos básicos, também aumentou em 16 capitais: Florianópolis (8,05%), Rio de Janeiro (6,34%), São Paulo (4,56%) e Belém (4,53%) registraram as maiores elevações. Manaus foi a única cidade onde o preço da carne caiu (-1,35%). O óleo de soja teve preços aumentados em 14 capitais. As maiores altas foram percebidas em Goiânia (6,33%), Curitiba (5,54%) e Natal (4,98%).
O preço da cesta básica em São Paulo foi o que atingiu o maior valor em outubro, R$ 253,79, alta de de 5,27% em um mês. No ano, já acumula variação de 11,23%. Nos últimos 12 meses, a variação foi de 10,33%. Segundo o Dieese, o custo da cesta representou 54,09% do salário mínimo, mais do que em setembro (51,38%) e em outubro de 2009 (53,77%).