Se você costuma ficar parado durante meia hora no trânsito todo dia, no final da semana vai consumir 15% a mais de combustível. Aliás, o preço do álcool é o maior desde que começou a ser utilizado pelos motoristas brasileiros.
Esta semana, a enquete do Portal Regional (www.portalregional.net.br) trata sobre esse assunto.

A bomba destaca o preço cobrado pelo álcool combustível na maior região produtora do País: R$ 2,23 cada litro. É o preço mais alto desde que o Brasil começou a usar o álcool como fonte de energia. O preço está acima da média em várias cidades do País. Em Salvador, por exemplo, o litro do etanol chega a R$ 2,19.

O consultor em agronegócio Matheus Alberto explica que estamos na entressafra, período em que diminui a produção de cana no Brasil. Ao mesmo tempo, usineiros estão preferindo produzir açúcar para tirarem proveito do preço vantajoso no mercado externo.

“No ano passado o preço do açúcar estava bastante interessante devido ao mercado global que elevou os preços do açúcar. Com isso, muitas empresas produtoras, usinas, mudaram sua produção priorizando o açúcar. Com isso, os estoques regulares esse ano estão um pouco mais baixos”, explica Matheus.

Com tanta variação de preço, a solução para o motorista é pensar no desempenho do carro. Para fazer a escolha certa é preciso saber primeiro quantos quilômetros o veículo percorre com um litro de cada combustível.

“O cálculo é o seguinte: divide o preço do combustível na bomba pelo consumo do veículo. Exemplo, o veículo que faz nove quilômetros a etanol ao preço de R$ 2,19, vai chegar a 24 centavos o quilômetro rodado. Faz esse mesmo cálculo para a gasolina”, mostra Marcelo Cônsoli, economista.

Para Bernardo Biagi, diretor de uma usina, o preço do álcool deve cair nas próximas semanas com o aumento da produção. “No Brasil nos temos 400 usinas, na hora em que começar aí por volta de 40, 50 usinas, o preço começa a ceder. O abastecimento começa a ter uma oferta maior de produto”, expõe o diretor.

Mas a má notícia é que não dá para esperar uma queda tão grande.

“Mesmo no início da safra, deve ter uma pequena queda no preço do etanol, mas não deve ter escalas tão baratas como nós tivemos em 2010”, conclui Matheus Alberto.