A contratação de mão de obra de mulheres pela indústria da construção civil fluminense está crescendo, segundo o diretor executivo do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio de Janeiro (Sinduscon/RJ), Antonio Carlos Mendes Gomes. “A novidade é a mão de obra feminina nos trabalhos operacionais, como pedreiras, carpinteiras, eletricistas.”
O setor da construção, disse hoje (13) Gomes, rompeu com “uma certa visão obscurantista e machista, de que obra é lugar para homem”. A crise e a necessidade de novos trabalhadores acabaram fazendo com que os empresários percebessem que “era uma estupidez ignorar 50% ou mais da população economicamente ativa com potencial para trabalhar da construção civil”.
O diretor executivo do Sinduscon/RJ considera bons os resultados da contratação de mulheres pelo setor. “Os relatos são ótimos”. Todas as empresas, acrescentou, que estão contratando mulheres para os canteiros de obras estão satisfeitas. “Primeiro, pela qualidade do serviço. O cuidado no acabamento e a limpeza são completamente diferentes em relação aos homens. Em segundo lugar, porque o ambiente de trabalho se humanizou mais nas empresas.”
Segundo ele, a contratação de mulheres pela construção ainda é pequena, mas a tendência é que aumente. “[A contratação) está aumentando em índices fortes e a tendência é crescer .”
No Rio de Janeiro, o projeto Mão na Massa está formando mão de obra feminina para a construção civil. Em sua sexta edição, o projeto abrirá 120 vagas este ano para um curso de capacitação profissional. As inscrições podem ser feitas no próximo sábado (16), no 1º Mega Feirão do Emprego na Indústria da Construção Civil, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão.
Cleia Floris é uma das mulheres formadas pelo Mão na Massa. Em 2010, ela concluiu o curso e ganhou diploma de carpinteira de forma. Hoje, trabalha como meio oficial (cargo acima do de servente) em uma empresa que presta serviços para construtoras, no Rio. “Gostaria de me aperfeiçoar cada vez mais. Tenho o maior orgulho de ter essa carreira e seguir nessa profissão”.
A filha única de Cleia, Larissa Floris de Oliveira, 22 anos, se formou um ano antes da mãe, também como carpinteira de forma. Atualmente, é conferente de uma construtora na zona oeste da capital.