O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal, cobrou do governo federal um diálogo permanente com o sistema financeiro todas as vezes que forem adotadas medidas cambiais como as anunciadas no último dia 27, que resultaram no aumento da cobrança de impostos em operações com derivativos.
Ao deixar, no início da tarde de hoje (3), o prédio do Ministério da Fazenda, em Brasília, Portugal disse ser evidente que, no caso desse tipo de medida, não pode haver consulta prévia ao mercado, mas é importante que, depois do anúncio, haja diálogo sobre as questões práticas de implementação das medidas.
Em reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o secretário executivo da pasta, Nelson Barbosa, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, o presidente da Febraban apresentou as queixas do setor quanto ao processo de implementação das medidas.
“Viemos falar sobre a implementação das atuais medidas, sobre as dificuldades e complexidade delas, e expusemos tudo isso ao ministro. O diálogo tem sido muito positivo e já vem ocorrendo desde a semana passada, mas em nível técnico. Agora, recorremos ao nível maior, [diretamente] com o ministro e com o presidente do Banco Central”, disse ele.
Aos repórteres, Portugal evitou detalhar de que forma poderia ser efetivado o diálogo no nível pretendido. Ele também não confirmou se a Febraban reivindicou algum tipo de mudança ou ajuste nas medidas de taxação dos derivativos recém-adotadas pelo governo.