Dois dias após de se recusarem a participar do lançamento do Plano Brasil Maior, com medidas de política industrial, representantes das centrais sindicais foram chamados para um reunião, hoje (4), no Palácio do Planalto. O tema foram as medidas do plano e, embora não estivesse previsto, a presidenta Dilma Rousseff encerrou o encontro.
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira, o Paulinho da Força, disse que o plano não atende aos interesses dos trabalhadores, mas avaliou que o clima entre o governo e as centrais está bom. Segundo ele, um dos pedidos feito à presidenta é para que seja criado um índice de nacionalização de peças para a produção industrial.
Paulinho disse também que os sindicatos querem a criação de câmaras setoriais para discutir as necessidades de cada cadeia produtiva em separado e que essas câmaras setoriais sejam formadas, paritariamente, por empresários, trabalhadores e governo.
O tesoureiro da Centra Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, apontou como uma preocupação a medida de desonerar a folha de pagamento de quatro setores – móveis, calçados, programas de computador e confecções. “Queremos garantias de que o lucro que vai ser obtido com a desoneração não seja colocado no bolso do empresariado e, sim, investido no desenvolvimento da indústria e na geração de mais empregos”. Para Freitas, o mais importante foi a presidenta receber as centrais e dizer claramente que o diálogo continua aberto em seu governo.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, também foi chamado a participar da reunião, que foi coordenada pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. De acordo com Paulinho, Mantega comunicou aos sindicalistas que o governo vai corrigir o Supersimples acima da inflação. As mudanças no Supersimples, regime tributário simplificado para micro e pequenas empresas, serão anunciadas na próxima semana.
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