O aumento da meta de superávit primário irá abrir espaço para que o Banco Central (BC) reduza a taxa básica de juros, a Selic, afirmou hoje (29) o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
O ministro anunciou em entrevista coletiva o aumento da meta de superávit primário do Governo Central (Previdência Social, Banco Central e Tesouro Nacional) de R$ 81,8 bilhões para cerca de R$ 91 bilhões.
Segundo Mantega, o maior esforço fiscal viabiliza a redução dos juros básicos. Ele acrescentou que essa avaliação não indica despreocupação do governo com o controle da inflação. “Na medida em que o governo deixa de aumentar o gasto público, abre espaço para a queda de juros, quando o Banco Central entender que é possível. Isso não significa descuidar da inflação.”
O ministro ressaltou que a “inflação é uma preocupação permanente do governo”. “Em curto, médio e longo prazos, essa atitude de fortalecer a nossa situação fiscal é no sentido de abrir espaço para que haja redução dos juros”, destacou.
De acordo com Mantega, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC reduzir a taxa básica, será possível diminuir os gastos do governo com os juros, que chegaram a cerca de R$ 134 bilhões no primeiro semestre deste ano.
O Copom se reúne amanhã e na próxima quarta-feira (31) para definir a taxa Selic. A expectativa de analistas do mercado financeiro consultados pelo BC é que o Copom manterá a taxa no patamar de 12,50% ao ano. Este ano, o comitê elevou a Selic em 1,75 ponto percentual.