As classes A,B e C, que representavam 49% das famílias brasileiras em 2003, passaram a compor 61% das famílias em 2009, de acordo com estudo apresentado hoje (29), pela Federação do Comércio de bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP). De acordo com os dados, o número de famílias das classes de maior renda saltou de 48,5 milhões para 57,8 milhões.
O diretor executivo da Fecomércio-SP, Antonio Carlos Borges, explicou que está havendo uma mudança estrutural muito forte nas classes de renda do Brasil e que os empresários, não só do comércio, devem ficar atentos a isso. “A classe média é o motor da economia em qualquer país do mundo. Se a classe média vive em crise a economia cai, se vai bem a economia cresce”.
Borges ressaltou que, de acordo com o padrão de análise da Fecomércio, a classe C passou a ser a nova classe média, porque a renda dessas famílias passou a ser igual à renda média da população brasileira. “Estamos falando de um conjunto de pessoas, que é a média Brasil, com renda de R$ 2.900. Esse conjunto de pessoas vai ao mercado buscar bens, está empregado, sua renda está crescendo porque a inflação está sob controle, tem crédito e tem confiança no presente e futuro”.
Segundo o estudo da Fecomércio, outra prova de que o consumidor mudou é o fato de que passou a comer mais vezes fora de casa, resultando em um crescimento de 26,6% no gasto com lanchonetes e restaurantes, entre 2003 e 2009. Outro indicativo de melhoria das condições das famílias é o aumento do gasto médio com celular, que teve elevação de 63,3% entre 2003 e 2009, passando de R$ 17,68 por mês para R$ 28,93 mensais por família.
Para a Fecomércio, esses resultados são um indicativo de tendência, ou seja, que cada vez mais a classe média aumentará, terá melhor padrão de consumo e a renda melhorará nas faixas de renda mais baixa. “Só o crescimento econômico tem o poder de fazer uma distribuição de renda adequada e é o que está acontecendo a partir daqui”.
De acordo com o estudo da Fecomércio, em 2020, o Brasil será um dos maiores mercados consumidores, com o consumo básico evoluído para o mais sofisticado, demandando mais serviços e produtos de ata qualidade. Nesse ano, o consumo deverá atingir R$3,53 trilhões, pouco mais de 65% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.