Ter um carro 0 km ficou mais fácil depois que os juros abaixaram. Um carro que custa, em média, R$ 22,9 mil pode ser dividido em 60 vezes, a parcela, que antes era de R$ 671, passa a ser de R$ 623 por mês, uma redução de R$ 2,8 mil no valor total do veículo.

Nas concessionárias, a redução teve efeito imediato. Em um destes estabelecimentos, em Prudente, o valor do financiamento caiu 12% e, segundo o gerente Renato Fabri, as vendas, que não andavam muito bem, cresceram 30%.

“O mercado estava bem retraído. Passamos assim por quase dois meses, agora aumentou muito o fluxo e as vendas. Financiando R$ 10 mil, com a taxa de juros antiga comparada com a nova, o cliente economiza em torno de R$ 40 por parcela”, calcula.

Em outra empresa, nos últimos quatro meses foi registada queda de 40% no número de veículos negociados. Agora, as vendas estão se recuperando.

“Nós estamos fazendo feirões, tentando agitar esse mercado com desconto, e os bancos facilitaram um pouco mais o crédito para a compra do veículo. Além da taxa ter caído, o crédito abriu bastante as portas para nós”, comenta o proprietário Antônio Caetano Pardo.

Se o cenário é animador, pode ficar ainda melhor se o consumidor não tiver restrição de crédito no mercado, pois a negociação das taxas com o banco credor pode ser favorecida.

O economista Douglas Fernandes explica que, com a inadimplência em alta, quem paga em dia pode tirar proveito disso junto aos bancos.

“Desde que ele pesquise e esteja enquadrado no perfil desejado pelos bancos é o momento favorável para a negociação de taxas”, afirma.

Entretanto, é preciso planejar o orçamento durante o período em que durar o financiamento.  “Ele tem que estar muito consciente de que se trata de um financiamento de médio e longo prazo e o quanto isso írá interferir na sua renda familiar, uma vez que existem alterações no orçamento e gastos não previstos que se eu assumo um compromisso podem vir a dar problemas no futuro”, alerta o especialista.