A economia do governo para pagar os juros da dívida pública nos quatro primeiros meses do ano equivale a quase toda a meta prevista para os oito primeiros meses de 2012. Segundo números divulgados há pouco pelo Tesouro Nacional, o superávit primário do Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) somou R$ 45 bilhões de janeiro a abril. O montante representa 46% da meta de R$ 97 bilhões estipulada para todo o ano e, por pouco, não superou a marca de R$ 45,9 bilhões estabelecida para ser alcançada no fim de agosto.
O esforço fiscal no primeiro quadrimestre é maior que os R$ 41,2 bilhões economizados entre janeiro e abril do ano passado. O superávit, no entanto, ainda não alcançou o recorde de R$ 47,9 bilhões registrado nos quatro primeiros meses de 2008.
Somente em abril, o governo economizou R$ 11,2 bilhões, graças a fatores típicos do mês, como o pagamento do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). A quantia, no entanto, é 28% menor que os R$ 15,5 bilhões economizados em abril do ano passado.
Os dados do Tesouro mostram que os gastos federais voltaram a crescer em abril. No acumulado de 2012, as despesas do Tesouro ficaram 13,1% mais altas em relação ao mesmo período do ano passado, contra expansão de 9,9% registrada nos quatro primeiros meses de 2011 (ante 2010). As receitas líquidas, no entanto, aumentaram 12,5% neste ano em relação ao ano passado.
Os gastos de custeio, para manutenção da máquina pública, também estão crescendo e aumentaram 16,9% de janeiro a abril, contra apenas 2,4% no mesmo período de 2011. As despesas com o funcionalismo público, no entanto, se elevaram bem menos, apenas 1,7% no primeiro quadrimestre, contra 11% nos quatro primeiros meses de 2011.
Os investimentos federais, que englobam as obras públicas e o Programa Minha Casa, Minha Vida, também estão em expansão: 28,9% no acumulado do ano. Mesmo assim, uma alta ligeiramente menor do que a verificada em 2011, que acumulou 29,4% atá abril.
Definido como economia para pagar os juros da dívida pública, o superávit primário está sujeito a metas desde o fim da década de 1990. O esforço fiscal permite ao governo reduzir o endividamento no médio e longo prazo.