O setor público brasileiro registrou superavit primário de R$ 10,337 bilhões no mês passado, informou o Banco Central nesta sexta-feira (31). Apesar da boa melhora em relação a março, quando o superavit foi de R$ 3,5 bilhões, o resultado foi o pior para meses de abril desde 2004.

Em 12 meses até abril, a economia feita para pagamento de juros foi equivalente a 1,89% do Produto Interno Bruto (PIB).

O BC informou ainda que o resultado nominal foi deficitário em R$ 7,679 bilhões no mês passado, enquanto a dívida pública representou 35,4% do PIB.

Os juros nominais somaram R$ 18,017 bilhões, superior aos R$ 17,224 bilhões desembolsados em igual mês do ano anterior.

De forma desagregada, o primário registrado em abril decorreu do superavit de R$ 7,065 bilhões feito pelo governo central (formado por Tesouro, Banco Central e Previdência Social) e pelo superavit de R$ 3,414 bilhões feito pelos Estados e municípios. As estatais apuraram deficit de R$ 141 milhões.

O governo vem adotando uma política fiscal expansionista no esforço para melhorar o crescimento econômico. Primeiro, flexibilizou mais a meta de superavit primário, permitindo que também Estados e municípios possam abater os investimentos em suas metas de primário.

Na sequência, anunciou contingenciamento de R$ 28 bilhões no Orçamento deste ano, praticamente a metade dos R$ 55 bilhões adotados em 2012.

Além disso, o governo prevê o abatimento de R$ 45 bilhões de despesas com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e desonerações da meta de primário fixada para este ano, de R$ 155,9 bilhões para o setor público consolidado.

Em meio a questionamentos de que a política fiscal expansionista é inflacionária, o BC elevou na última quarta-feira a taxa básica de juros Selic em 0,50 ponto percentual, a 8% ao ano. Isso ocorreu mesmo após a divulgação de que a economia brasileira havia crescido apenas 0,6% no primeiro trimestre deste ano, abaixo do esperado.