A greve dos bancários que teve início nesta quinta-feira (19) atinge todas as capitais do país, segundo levantamento feito pelo UOL. A greve não é total na maioria dos Estados, atingindo principalmente os bancos públicos.
Em São Paulo, por exemplo, as agências da Avenida Paulista estão fechadas. Grevistas ficam na porta das agências tentando convencer os bancários que chegam ao trabalho a aderirem à greve.
No centro do Rio de Janeiro, praticamente todas as agências estão fechadas. Apenas os caixas eletrônicos estão funcionando. A paralisação é menor em outras regiões da cidade.
Segundo o Sindicato dos Bancários do Mato Grosso do Sul, cerca de 20 agências bancárias fecharam as portas em Campo Grande (de um total de 100).
Em Curitiba, no Paraná, entre 10 a 12 mil bancários aderiram à greve, e boa parte dos bancos estão fechados.
O balanço oficial, com o número de agências fechadas, será divulgado no final do dia pela Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), entidade ligada à CUT (Central Única dos Trabalhadores).
Fenaban lamenta greve
A Fenaban não se pronunciou sobre o número de agências ou Estados afetados.
Em nota, a entidade afirma que “lamenta essa posição dos sindicatos, que causa transtorno à população, e reitera que a maioria das agências e todos os canais alternativos, físicos (autoatendimento, correspondentes) e eletrônicos, vão continuar funcionando normalmente”.
Os bancos disseram ainda que “respeitam o direito à greve, entretanto, farão tudo que for necessário e legalmente cabível para garantir o acesso da população e funcionários aos estabelecimentos bancários”
Paralisação foi definida na semana passada
A paralisação foi decidida na semana passada, e ocorre por tempo indeterminado.
Os bancários reivindicam 11,93% de reajuste salarial (5% de aumento real), piso salarial para a categoria bancária referente ao valor calculado pelo Dieese (acima de R$ 2.000) e o fim das demissões no setor, além de melhores condições de trabalho.
O Contraf representa dez federações e 143 sindicatos das bases onde trabalham cerca de 95% dos 490 mil bancários do país.
Bancos querem dar reajuste de 6,1%
De acordo com a confederação, a proposta da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) foi o ajuste de 6,1% sobre salários, pisos e todas as verbas salariais (auxílio-refeição, cesta-alimentação, auxílio-creche/babá etc.).
Também propõe participação nos lucros e resultados (PLR) de 90%, mais valor fixo de R$ 1.633,94, limitado a R$ 8.927,61 (o que significa reajuste de 6,1% sobre os valores da PLR do ano passado). Também foi proposta uma parcela adicional da PLR – 2% do lucro líquido dividido linearmente a todos os bancários, limitado a R$ 3.267,88.
Principais reivindicações dos bancários:
- Reajuste salarial de 11,93%
- PLR: três salários mais R$ 5.553,15
- Piso: salário mínimo do Dieese (R$ 2.860,21)
- Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: salário mínimo nacional (R$ 678)
- Emprego: fim das demissões em massa, ampliação das contratações, combate às terceirizações e contra o PL4330 (que libera a terceirização e precariza as condições de trabalho), além da aprovação da convenção 158 da OIT (que inibe dispensa imotivada)
- Fim das metas abusivas e assédio moral: a categoria é submetida a uma pressão abusiva por cumprimento de metas, que tem provocado alto índice de adoecimento dos bancários
- Mais segurança nas agências bancárias, com a proibição do porte de chaves de cofres e agências por bancários
- Igualdade de oportunidades, com contratação de pelo menos 20% de trabalhadores afro-descendentes
(Com agências)