O café da manhã dos brasileiros vem ficando mais caro nos últimos meses, por causa da forte alta nos preços do pãozinho francês. Em setembro, a alta foi de 3,37%; no ano, o preço já subiu 11,39%; no acumulado de doze meses (contando a partir de outubro do ano passado), o pão francês já está 14,79% mais caro.
Entre as capitais pesquisadas, Belém (PA) foi a que teve o maior aumento: o preço subiu 21,97% nos últimos doze meses. Em São Paulo (SP), a alta no preço do pãozinho foi de 16,06%; no Rio de Janeiro (RJ), o preço subiu 19,3%. A menor alta foi em Salvador (BA), um reajuste de 2,39%.
Segundo o UOL apurou, em padarias de São Paulo, a unidade do pão francês chega a custar R$ 0,60 ou (R$ 11,70 o quilo).
Essa alta se explica pelo aumento no preço da farinha de trigo. A estimativa é de que a farinha já esteja 120% mais cara do que no início do ano. A diminuição da área plantada efatores climáticos influenciaram na qualidade e quantidade do trigo colhido, o que fez com que a oferta diminuísse. Como a procura continuou alta, a lei de oferta e procura explica a alta dos preços, que é um mecanismo para equilibrar o mercado.
Outro fator importante que explica a alta da farinha no Brasil é a suspensão das exportações de trigo na Argentina. Em julho, o país vizinho suspendeu os embarques do cereal e adotou uma política de controle de preços. Isso afetou o Brasil, que é o maior comprador do trigo argentino.
Por causa da restrição da Argentina, o Brasil tem importado trigo do Hemisfério Norte, o que é considerado atípico. O governo, inclusive, interrompeu temporariamente a cobrança de uma taxa de 10% sobre o trigo importado do norte, que tinha sido criado para incentivar o comércio entre países do Mercosul.
VARIAÇÃO MÉDIA DO PREÇO DO PÃO FRANCÊS EM 12 MESES (EM %)
Inflação fica abaixo de 6% em 12 meses pela 1ª vez no ano
A inflação oficial acelerou para 0,35% em setembro, após avançar 0,24% em agosto, mas registrou queda pelo terceiro mês seguido no acumulado dos últimos 12 meses, segundo informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (9).
A inflação oficial em 12 meses ficou em 5,86%, acima da meta do governo para o período (4,5%), mas dentro do limite previsto (de até 6,5%). É a primeira vez no ano que o indicador fica abaixo do patamar de 6% no acumulado dos últimos dozes meses.
O grupo transporte, de agosto para setembro, que teve a mais forte aceleração, passando de -0,06% para 0,44%. O preço das passagens aéreas teve o maior impacto individual no mês, com alta de 16%.
O grupo alimentação e bebidas também teve variação positiva, passando de 0,01% em agosto para 0,14%, em setembro.
O IPCA mede a inflação para as famílias com renda de um a 40 salários mínimos em nove regiões metropolitanas do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém, a além do município de Goiânia e de Brasília.