A possibilidade de fortalecimento do candidato do PSDB, Aécio Neves, no segundo turno da campanha presidencial, frente à presidente Dilma Rousseff (PT), está interferindo no mercado financeiro. De acordo com publicações na imprensa das capitais, os investidores demonstram otimismo com a possibilidade de eleição do candidato tucano.
As avaliações devem-se aos mercados do dólar que vêm fechando em queda, como não ocorria há mais de seis meses. Na última semana, a cotação da moeda americana para venda, caiu de R$ 2,4926 para R$ 2,3908 e na segunda-feira, 13, estava cotado a R$ 2,395 para compra e R$ 2,396 para venda.
Outros indicadores da reação do mercado, após o primeiro turno das eleições, no dia 5 de outubro, conforme analistas econômicos, são as ações da Petrobrás que registraram na última sexta-feira, 3, aumento de 10%, liderando a alta do Ibovespa.
A Bolsa de Valores do Estado de São Paulo (Ibovespa) registrou no mesmo dia um resultado positivo de 4,72% na negociação das ações, a maior variação desde julho de 2012. Otimismo, que segundo analistas financeiros, está ligado ao desempenho de Aécio no primeiro turno.
DRACENA – Profissionais da área de imóveis de Dracena avaliam a situação da mesma forma. “O otimismo deve-se ao resultado da eleição para presidente no primeiro turno, ninguém esperava uma reação tão forte”, afirma o corretor de imóveis, José Botassin.
Ele analisa que o candidato Aécio representa no momento, a esperança de que a mudança vai beneficiar a retomada de investimentos. Botassin está no ramo imobiliário há 24 anos, e é vinculado à empresa especializada em loteamentos, Dracena Empreendimentos.
“As vendas de terrenos, imóveis e demais setores do ramo, estiveram boas há quatro anos, quando teve início o governo da presidente Dilma, a comercialização começou a baixar e reduziu ao extremo, algo que não via desde quando iniciei no ramo, em 1990”, aponta.
Botassin explica que já trabalhou na venda de terrenos de aproximadamente 40 loteamentos na região. “Neste ano, as vendas caíram até 70% e não me refiro somente aos terrenos, mas também ao mercado imobiliário na venda de casas e salões comerciais, veículos e demais setores do comércio”, afirma.
Ele ressalta que os sinais de mudanças começaram a surgir após o primeiro turno das eleições, quando Aécio Neves foi confirmado para disputar o cargo a presidente. “De quarta-feira, 8, até a última segunda-feira, 13, recebi de 10 a 12 consultas para compras, um aumento significativo que não ocorria há meses”, informa.
Segundo o corretor, os empreendedores tanto de Dracena e região, assim como no País, estão aguardando o resultado das eleições para fazer investimentos.
“Se a candidata à reeleição (Dilma Rousseff), ganhar o mercado vai voltar a cair, principalmente nas vendas à prazo, como nos terrenos em que a maioria das vendas são feitas à prazo, isso não é sinal de um País bem administrado”, acrescenta.
O contrário vai ocorrer, segundo Botassin, se Aécio vir a ganhar. “As mudanças serão profundas, inclusive na valorização dos imóveis, o mercado de compra e venda vai mudar totalmente. Estamos vendo o que está acontecendo com a Petrobrás, mesmo diante de tantas denúncias, as ações voltaram a ser valorizadas”, analisa.
O corretor cita o exemplo de um empresário de Lucélia que possui uma empresa de distribuidora e uma fazenda. “Em conversa, ele declarou que se a Dilma vencer, pensa em fechar a distribuidora, isso está ocorrendo com a maioria dos empresários que geram empregos e mantêm o País em desenvolvimento, eles estão em dificuldades”, ressalta.
Para Botassin, o Brasil é um País rico, porém falta administração. Ele reitera que a situação de retração no mercado não estava ocorrendo só em Dracena e região, mas em cidades como Presidente Prudente, Araçatuba, Adamantina, entre outras, as quais tem contato.