A participação da economia subterrânea – aquela em que a produção de bens e serviços não é reportada ao governo – no Produto Interno Bruto (PIB) do país deve alcançar 16,2% este ano, o que representaria queda de 0,1 ponto percentual na comparação com 2013. Isso é o que revelou o Índice de Economia Subterrânea, divulgado hoje (12) pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco) e pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre). Em valores absolutos, a estimativa é de que o índice supere R$ 830 bilhões em 2014.
Segundo os pesquisadores do índice, esse dado indicaria maior lentidão na redução da informalidade no país e foi impactado pelo baixo crescimento da economia. “A economia está desacelerando, assim como o crédito, e o emprego cresceu pouco. Isso tem impacto direto no trabalho formal, que naturalmente cai, cedendo espaço à informalidade”, disse Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador da FGV-Ibre.
Para o pesquisador, nem mesmo a implantação da Medida Provisória 615/13, que estende desonerações para novas atividades, irá modificar o cenário. “O alívio da carga tributária já atingiu a maior parte dos setores e seus efeitos já foram captados”, disse.
Para o presidente-executivo do Etco, Evandro Guimarães, as desonerações devem passar a ser analisadas sob uma ótica mais duradoura. “É o momento de levar a cabo a tão esperada simplificação tributária, de modo que a desoneração atinja de forma mais ampla os setores produtivos da economia”, disse.