O novo ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa, recebeu há pouco o cargo de sua antecessora, Miriam Belchior, e reforçou o discurso do governo de necessidade de ajuste fiscal para retomada do crescimento. Segundo ele, a política fiscal expansionista como forma de aparar os efeitos da crise cumpriu um papel importante, mas “atingiu seu limite”.
“A política fiscal teve papel importante nesse processo, ao absorver os choques econômicos via redução temporária de nosso resultado primário. Essa política fiscal cumpriu o papel e atingiu seu limite. Agora, iniciamos uma nova fase na qual é necessário recuperar o crescimento da economia, com elevação gradual do resultado primário e redução da inflação. Para atingir estes objetivos serão necessários alguns ajustes na política econômica. Ajustes, que, apesar de seus eventuais impactos restritivos no curto prazo, são necessários para recuperar o crescimento”, discursou Barbosa.
Este ano, a meta inicial de superávit primário (economia para pagar os juros da dívida), de R$ 80,7 bilhões, foi reduzida para R$ 10,1 bilhões em função do aumento de gastos e queda na arrecadação federal. O ministro disse também que, em paralelo às medidas de ajuste fiscal e orçamentário, trabalhará para aumentar investimento e produtividade, com destaque para a área de infraestrutura.
“Ao Programa de Aceleração do Crescimento [PAC], ao Programa Minha Casa Minha Vida e às parcerias público-privadas, se somará [às atividades do Ministério do Planejamento] a coordenação do Programa de Investimento em Logística [PIL] em uma ampla agenda institucional de estímulo ao investimento de longo prazo”, disse Barbosa, que quer atrair capital privado para o setor.
A ex-ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, emocionou-se no seu discurso de despedida. Ela ficou com a voz embargada ao agradecer aos companheiros de ministério e falar sobre o desafio que o cargo representa. O novo ministro foi empossado ontem (1°) pela presidenta Dilma Rousseff. Nelson Barbosa é ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda e participou da equipe econômica dos dois mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.