A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) apresentou variação de 1,24% em março, com ligeiro recuo em relação a fevereiro deste ano ao cair 0,09 ponto percentual em relação aos 1,33% do mês anterior.
O indicador foi divulgado hoje (20), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado de março, o IPCA-15, uma prévia do IPCA, a inflação oficial do país, passou a acumular nos primeiros três meses do ano alta de 3,5%, com a alta acumulada nos últimos 12 meses registrando 7,9%. Em março do ano passado, o IPCA-15 fechou em 0,73%.
Com o resultado de março do IPCA-15, o Índice de Preços ao Consumidor Especial (IPCA-E) , que representa IPCA-15 acumulado por trimestre, foi 3,5%, acima da taxa de 2,11% registrada nos três primeiros meses de 2014. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice foi 7,9%, o maior desde maio de 2005 (8,19%). Em março de 2014, o IPCA-15 havia sido 0,73%.
Segundo o IBGE, a taxa de 1,24% é explicada pelos aumentos nas contas da energia elétrica e nos preços dos combustíveis e alimentos que, juntos, foram responsáveis por 77,42% do índice do mês e sobre o qual exerceram impacto de 0,96 ponto percentual. Com o aumento de 10,91% na energia elétrica, o grupo Habitação teve o maior resultado no mês de março, de 2,78%.
Individualmente, com 0,35 ponto percentual, coube às contas de energia elétrica a liderança noranking dos principais impactos. A forte elevação de 10,91% ocorrida nas contas refletiu reajustes que passaram a vigorar a partir do dia 2 de março. Tanto na bandeira tarifária vigente, a vermelha, que aumentou 83,33% ao passar de R$ 3 para R$ 5,50, quanto nas tarifas, tendo em vista a aplicação de reajustes extraordinários.
Com elevação de 6,25%, os combustíveis exerceram impacto de 0,31 ponto percentual sobre o índice do mês, sendo 0,26 ponto percentual de responsabilidade da gasolina, cujos preços subiram 6,68%.
Por região, os aumentos da gasolina variaram de 4,41% em Goiânia até 9,22% em Recife. A alta da gasolina reflete, nas bombas, o reajuste das alíquotas do PIS/Cofins autorizado a partir de primeiro de fevereiro e que incidiu, também, sobre o óleo diesel, que ficou 4,05% mais caro. O consumidor passou a pagar, ainda, 5,32% a mais pelo litro do etanol. Com isto, IPCA-15 do grupo Transportes fechou o mês em 1,91%.
Nos alimentos a alta foi de 1,22%, sob pressão de vários produtos importantes na despesa das famílias, especialmente cebola (19,07%), cenoura (18,32%), tomate (13,04%), ovos (12,01%), hortaliças (7,62%) e feijão-carioca (4,17%).
O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.