As sucessivas altas do dólar frente ao real estão refletindo nos setores da economia que dependem de artigos importados. É o caso das padarias e panificadoras que sentem os reflexos da alta da farinha de trigo, o que irá acarretar ao consumidor em aumento do preço do pão francês e derivados do trigo.
Com o dólar cotado acima de R$ 3 (ontem estava R$ 3,12) a previsão, segundo proprietários de padarias e panificadoras do estado de São Paulo é da alta do preço do pão francês ser entre 8% a 10%.
Nas padarias em Dracena, o preço do pão francês ainda não subiu, mas os proprietários confirmam que os aumentos serão inevitáveis e devem ocorrer nos próximos dias. Isso porque as padarias ainda estão utilizando estoques de trigo comprados antes da elevação do dólar.
Segundo o proprietário, Elizeu Valeta, as empresas já sentem os efeitos do aumento do preço da energia elétrica e do combustível, o que acarretou em aumento nos custos de produção.
Ao mesmo tempo, houve queda de nas vendas de até 10%. Valeta explica que o cliente normalmente compra o pão e também opta em levar leite, queijo, presunto e derivados. “O que deve ocorrer é que o consumidor vai comprar o pão, mas vai deixar de adquirir os demais produtos”, analisa o empresário. Hoje o quilo do pão francês, de acordo com Valeta custa R$ 9,65. Ele acredita que com o reajuste, o quilo deve passar para R$ 10 a R$ 10,50.
Também proprietário de uma panificadora em Dracena, Antônio Edson Ribeiro, reitera que não é só o preço da farinha de trigo que subiu. “A energia elétrica aumentou quase 50%, neste ano, são valores que acabam embutidos no valor final da produção dos pães e dos demais produtos”, ressalta.
Além do pão francês, de 50 gramas, os reajustes devem incluir os demais produtos que utilizam a farinha de trigo na fabricação, como pães para lanches, roscas, pães doces, entre outros.
Ribeiro enfatiza que ainda não definiu o índice de reajuste e irá aguardar o posicionamento das demais padarias da cidade, para ter como referência e acompanhar o valor.
O quilo do pão francês é vendido no estabelecimento a R$ 9,80. Os dois comerciantes reiteram que os aumentos ao consumidor somente serão efetivados porque não há como absorver os custos de produção com os sucessivos aumentos de tarifas como da energia e agora da farinha de trigo.
Segundo dados do setor de panificação, metade do trigo consumido no Brasil, é importado.