Em meio à crise de abastecimento de água está cada vez mais difícil lavar o carro. E caro. Os lava-rápidos de São Paulo aumentaram ao menos 20% o preço das lavagens. Na Zona Sul da cidade um carro pequeno custava de R$ 30 a R$ 40, hoje a média é de R$ 40 a R$ 50. O problema fez com que muitas pessoas mudassem os hábitos. Mas será mesmo que é preciso deixar o automóvel sujo?
Mesmo em tempo de seca é possível economizar e lavar sem culpa. Soluções criativas são algumas opções que as pessoas encontraram para deixar o carro brilhando. O estudante de advocacia Eduardo Darwin, de 21 anos, decidiu usar a água da chuva. Para coletar, ele colocou baldes e bacias perto das calhas do telhado de sua casa, em Cotia, vizinha à capital, e armazenou em galões. Em 105 minutos, Darwin conseguiu 60 litros que foram suficientes para limpar o seu Polo Sportline.
“Uma boa forma de fazer render é dosar a água na hora de jogar no carro. Às vezes espalhar com luvas especiais ou, até mesmo com a mão, ajuda”, afirmou o estudante. Ele explicou que lavar o carro na sombra é melhor porque com a lataria quente, a água e o sabão secam mais rápido dificultando a lavagem.
Outra opção são os produtos de lavagem a seco que viraram moda nos lava-rápidos. Segundo a empresa automotiva Artwax, o produto ao ser aplicado no carro envolve as partículas de sujeira e a cera garante a lubrificação do pano com a pintura promovendo uma limpeza sem a utilização da água.
Para não riscar o carro é necessário escolher um bom produto e utilizar toalhas de micro fibras com cerdas, para captar a sujeira evitando que ela fique na superfície do automóvel. O preço não é muito amigável, custando entre R$ 40 a R$ 80, dependendo do lava-rápido. Já as lavagens comuns custam em torno de R$ 20 a R$ 50.
As lavagens “ecológicas” também viraram uma alternativa para economizar água. A autoesporte conversou com duas empresas que prestam esse serviço e explicaram como funciona o procedimento.
SÓ UM COPO D’ÁGUA – A Lavamos Nós promete lavar o carro com apenas um copo de água. A empresa presta serviço de lavagem de carro sustentável em estacionamentos comerciais ou residenciais em São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória, Araçatuba e Pindamonhangaba. O empreendedor Guilherme Motta Lima, de 43 anos, responsável pelo projeto, explicou que um produto biodegradável é diluído em um copo de água e colocado em um pulverizador. A mistura é então aplicada na lataria do carro e limpa com um pano de microfibra. “Uma boa dica é usar o borrifador para espalhar melhor o produto”, diz Guilherme.
De acordo com a empresa, o tempo de aplicação é de aproximadamente 30 minutos e garante brilho, limpeza e proteção contra oxidação. O valor do serviço é de R$ 35 para carros pequenos e médios e R$ 45 para grandes.
Além de oferecer a lavagem, a empresa vende os Kits para o consumidor usar em casa. O básico (xampu, pulverizador, dois panos de microfibra e instruções para a “ecolavagem”) custa R$ 90 e é suficiente para 20 lavagens. O refil do produto custa R$ 30. A Lavamos Nós também faz treinamento ensinando como fazer a ecolavagem e conta com uma cartilha explicando os procedimentos.
LAVA A SECO – A AcquaZero é uma franquia especializada em lavagem de carros sem uso de água. A alternativa é um produto biodegradável à base de cera de Carnaúba e Teflon, com PH neutro, que é espalhado pelo carro, amolecendo a sujeira e facilitando sua remoção. O valor do serviço vai de R$ 35 a R$ 40 para um carro pequeno. O procedimento exige técnica para manter a qualidade. Por exemplo, é preciso tomar cuidado com o acúmulo de sujeira nas flanelas usadas na limpeza. Carros com cores escuras precisam ter as flanelas trocadas mais vezes.
Segundo a empresa, esse tipo de lavagem não causa nenhum dano, mesmo quando o carro está sujo de barro ou areia. Isso é possível porque o produto forma uma camada protetora, e quando o pano é passado não há atrito entre o verniz e a sujeira. O serviço é oferecido em 21 estados brasileiros.