Às 15h de hoje, 9, o Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) registrará a marca de R$ 900 bilhões. No ano passado, esse valor foi atingido somente em 20 de junho. A antecipação deve-se ao aumento da carga tributária brasileira, que tem gerado mais custos a empresas e cidadãos.
De acordo com o presidente da ACSP e da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo), Alencar Burti, a carga está subindo com mais força em 2015 por conta de medidas que têm onerado o bolso da população. “Vamos atingir R$ 900 bilhões 11 dias antes do que em 2014. É uma diferença muito grande. Isso se deve ao fim das desonerações em alguns setores, mas também ao aumento de alíquotas e ao tarifaço”, diz.
Burti faz um alerta à sociedade: “Precisamos ficar vigilantes quanto à volta de antigos tributos e à criação de outros, como certos setores têm defendido. Não podemos deixar que o ajuste econômico seja feito apenas pelo lado do aumento da arrecadação. É preciso, acima de tudo, controlar os gastos públicos”.
No fim do ano o Impostômetro deverá ultrapassar o montante de R$ 2 trilhões. Para Burti, trata-se de um número simbólico, em função de sua magnitude. “Não adianta aumentar a arrecadação se não houver retorno para as pessoas. O mais grave de tudo é que, além de ter uma carga tributária altíssima, o Brasil não investe em infraestrutura, saúde, educação e outras áreas importantes para os seus cidadãos”, avisa o presidente da ACSP e da Facesp.
NOVA METODOLOGIA – As comparações entre 2015 e 2014 já contemplam a nova metodologia do Impostômetro. Em maio desse ano, a ferramenta alterou a forma de medição da carga tributária, em função da mudança na metodologia do cálculo do PIB implementada em março pelo IBGE.
Com isso, os valores exibidos pelo painel passaram a considerar novos dados de arrecadação de Imposto de Renda Retido dos funcionários públicos estaduais e municipais e novas taxas e contribuições federais determinadas pela Lei nº 13.080/2015 (arrecadações de entidades e fundos como contribuições para o Sistema S, FNDE, INCRA, DPC, APEX-BR e ABDI). Também foram incluídas arrecadações de municípios que não estavam sendo informadas à Secretaria do Tesouro Nacional.
DIA DOS NAMORADOS – O exagero na política tributária brasileira pode ser percebido quando são mostradas, por exemplo, as cargas tributárias embutidas nos preços dos presentes para o Dia dos Namorados. De acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), a carga de alguns itens pode chegar a quase 80%. É o caso dos perfumes importados, tributados em 78,99%.
Outras cargas que também chamam a atenção são de produtos como champagne (59,49%), maquiagem importada (69,53%), maquiagem nacional (51,41%), óculos de sol (44,18%), relógio (53,14%) e perfume nacional (69,13%).

 

ASSESSORIA DE IMPRENSA / Associação Comercial de São Paulo